São Paulo - A elétrica Taesa pagará R$ 942,5 milhões por ativos de transmissão de energia da Âmbar, controlada pela holding J&F, e ainda assumirá R$ 414 milhões em dívidas de longo prazo associadas aos empreendimentos, disseram ontem à Reuters executivos da companhia.
Controlada pela mineira Cemig e pelo grupo colombiano ISA, a Taesa anunciou a aquisição na segunda-feira (17), em negócio que envolve 100% das ações da São Pedro Transmissora e da São João Transmissora, bem como 51% da Triângulo Mineiro Transmissora e da Vale do São Bartolomeu
Transmissora, todas com linhas de energia já em funcionamento.
"As dívidas são de longo prazo, então nós pagaremos já com o fluxo de receitas daoperação. A maior parte é junto à Caixa (Econômica Federal), com taxa bem baixa, grande parte com taxa de juros de 3,5% ao ano", informou à Reuters o diretor financeiro da Taesa, Marcus Aucélio.
Ele adicionou que a Taesa prepara uma captação de cerca de R$ 850 milhões no primeiro trimestre de 2019 para levantar recursos para o pagamento da transação com a Âmbar e para quitar também uma compra de ativos da Eletrobras fechada pela companhia em um leilão realizado em setembro.
"Para pagar essa compra e mais os ativos da Eletrobras precisaríamos de em torno de R$ 1,25 bilhão, mas para fazer frente a esse pagamento precisaremos de R$ 850 milhões. O resto é caixa, a companhia tem um caixa muito alto", explicou. "Nossa ideia é emitir debêntures, e a gente já começou a ver com os bancos", acrescentou.
Lava Jato - A Âmbar passou a negociar a venda de seus ativos no setor de energia após o grupo J&F se ver envolvido nas investigações da Operação Lava Jato.
A conclusão da operação está condicionada ao cumprimento de determinadas condições precedentes previstas em contrato, que incluem cláusulas que buscam proteger a Taesa de eventuais impactos das investigações anti-corrupção.
Assim, o fechamento dependerá de questões como a inexistência de impedimentos legais ou efeitos materiais adversos relacionados aos ativos, bem como declaração do Ministério Público Federal (MPF) sobre o cumprimento do acordo de leniência fechado pela J&F.
O negócio prevê também que os vendedores deverão indenizar a Taesa caso ela incorra em perdas relacionadas a uma eventual violação de leis anticorrupção pela J&F.
O presidente da Taesa, Raul Lycurgo Leite, disse à Reuters que essas e outras cláusulas vão "blindar" a empresa de qualquer prejuízo no negócio por questões relacionadas a compliance.
Os ativos representam linhas de transmissão com 1.227 km de extensão, que adicionarão ao portfólio atual da Taesa uma receita anual de R$ 130,1 milhões(incluindo reforços em construção).
Leilão - O anúncio da aquisição pela Taesa, no entanto, não afeta os planos dacompanhia em disputar um leilão do governo federal que oferecerá a investidores, no dia 20 de dezembro, concessões para novos projetos de transmissão de energia.
O presidente da companhia disse que as negociações com a Âmbar já aconteciam há meses e que, por isso, não af
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