CDL aponta queda na recuperação de crédito de 6,48%
Índice do 1º semestre foi o pior dos últimos quatro anos
Marco Antônio Gaspar diz que a situação não é mais grave porque o consumo caiu/-BH / Divulgação
Da mesma forma que a inadimplência na capital mineira vem crescendo, o número de consumidores que conseguiram quitar suas dívidas vem diminuindo. No primeiro semestre deste ano, o percentual de "bons pagadores" caiu 6,48% na comparação com o mesmo período de 2014. Conforme dados levantados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em conjunto com a de Belo Horizonte (-BH), o desempenho de janeiro a junho foi o pior índice de recuperação de crédito dos últimos quatro anos.
Para o vice-presidente da -BH, Marco Antônio Gaspar, a culpa, obviamente, é da desaceleração da economia que tem afetado o poder de compra das famílias e, em especial, a capacidade de pagamento das dívidas atrasadas. "Só não temos números ainda mais altos de inadimplentes porque o consumo caiu", afirmou.
Em relação a maio, a recuperação de crédito em junho caiu 3,22% em Belo Horizonte. Segundo Gaspar, o índice aponta o efeito corrosivo dos juros altos e da pressão inflacionária. "Não temos perspectivas de melhora. Para o consumidor, que tem sentido a diminuição da renda, está cada vez mais difícil arcar com todos os compromissos. Com isso, as dívidas vão se acumulando. Trata-se de um efeito cascata", ressaltou.
Na comparação de junho com o mesmo mês do ano passado, o índice apresentou queda de 4,49%. Para o dirigente, com o aumento do desemprego e da perda da massa salarial, boa parte dos consumidores tem direcionado sua renda apenas para a aquisição de itens de necessidade básica.
No mês passado, a maioria dos consumidores que liquidaram suas dívidas junto ao SPC da -BH foi do sexo masculino (50,52%). Por faixa etária, a maior parte dos consumidores que quitaram seus débitos tem entre 30 e 39 anos (26,44%) e a minoria (7,85%) está na faixa de 18 a 24 anos. Os percentuais das demais faixas etárias foram: consumidores com idade entre 40 e 49 anos (23,32%); de 50 a 64 anos (21,97%); acima de 65 anos (10,58%) e de 25 a 29 anos (9,82%).
Dívidas - O número de dívidas em atraso também cresceu em junho. Segundo dados do SPC e -BH, houve um aumento de 6,31% no período em relação ao mesmo mês do ano passado. A elevação é a maior para o intervalo desde 2012. Conforme o levantamento, o tempo de atraso da dívida apresentou maior concentração de consumidores (16,75%) com pendências de três até cinco anos.
Por outro lado, na comparação com maio, a entidade verificou queda de 2,39% no número de dívidas pendentes em junho. Como já revelou Gaspar, isso aconteceu em função de uma maior desaceleração das vendas no varejo da Capital.
Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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