LUCIEN NEWTON
Há algum tempo, terceira idade deixou de ser sinônimo de aposentadoria e de ficar em casa. Os idosos brasileiros estão cada vez mais envolvidos com o empreendedorismo depois de encerrar suas carreiras. Os profissionais que se aposentam ainda têm muito a contribuir no meio empresarial com a experiência adquirida. Mais de 4,5 milhões de idosos estão no mercado de trabalho no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A globalização e a evolução tecnológica têm possibilitado a essas pessoas constante capacitação e o encorajamento para se lançar no empreendedorismo. O franchising entra nesse cenário como uma alternativa segura e viável para quem planeja abrir seu empreendimento com maior possibilidade de sobrevivência.
A experiência profissional acumulada ao longo de anos certamente é uma ferramenta que ajuda esse franqueado no gerenciamento de seus negócios. De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor, 74% dos empresários acima de 55 anos empreendem por oportunidade e não por necessidade. Com isso, temos empresários mais conscientes de suas obrigações com o empreendimento, o que resulta em franquias mais sólidas, com maior chance de sucesso.
O empreendedor da terceira idade, em geral, investe com foco em realização pessoal. Ele entende que passou uma vida inteira idealizando um sonho e economizando para realizá-lo, e que é chegada a hora de colocá-lo em prática. De acordo com o Sebrae, 36% dos empresários com idade entre 55 e 64 anos investem em negócios de alojamento, varejo, mercado imobiliário e alimentação. Apesar de ser uma fase madura da vida, o gosto não pode ser o único fator na escolha por uma franquia.
No franchising, a escolha de uma marca para operar demanda muita pesquisa, planejamento, identificação de perfil, entre outros fatores indispensáveis. Portanto, o franqueado deve fazer uso de sua maturidade e escolher a franquia certa após identificar esses pontos e se certificar de que está fechando o melhor negócio. Uma franquia depende de regras, e são justamente essas normas que permitem que o modelo de negócio seja repassado. O franqueado da terceira idade não pode deixar sua bagagem profissional se sobrepor aos padrões da franquia. Ambas as experiências devem dialogar entre si e se somar. O ideal é que os conhecimentos contribuam para o fortalecimento do negócio.
Os fatores positivos do franchising e do profissional da terceira idade potencializam as chances de essa união dar certo. A maturidade e a sabedoria desse profissional são complementadas pelo menor risco de fracasso de uma franquia, que é um modelo testado e aprovado pelo mercado se comparado com um negócio iniciado do zero. Outro ponto positivo é a facilidade desses profissionais na gestão de pessoas no ponto de venda. O gerenciamento de pessoal é um dos importantes papéis dos franqueados, e a terceira idade o desempenha com maior desenvoltura.
Na outra ponta do empreendimento, os franqueadores veem com bons olhos a gestão de franqueados maduros e que sabem gerir seu pessoal. Normalmente, o franqueador almeja operadores aptos a gerenciar sua marca com planejamento, responsabilidade, liderança e sabedoria. Essas características, em geral, são encontradas nos franqueados da terceira idade que naturalmente já superaram várias dificuldades ao longo de sua carreira e adquiriram essas características.
O franqueado da terceira idade está extremamente motivado ao iniciar uma nova atividade profissional, mesmo que seja em sua área, porque desta vez é um negócio próprio. A vontade de empreender, aliada à experiência profissional, maturidade e planejamento, é característica muito bem-vinda no franchising. O trabalho com dedicação e o respeito tanto pelo que se faz quanto pela rede traçam um caminho favorável para o sucesso na franquia escolhida. A soma de conhecimentos contribui para o crescimento do franchising em geral.
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