Quase um quarto dos consumidores de BH decidiu não presentear neste Natal, segundo pesquisa dos lojistas, representando mais do dobro da parcela de 11% observada em 2015
Nas lojas, que já se preparam para a festa cristã, expectativas vão de queda de 1,1% dos negócios a 1,24% de alta, diante da economia parada
Este será o Natal dos "sem-presente". Quase um quarto dos consumidores belo-horizontinos não vai presentear neste fim de ano, de acordo com pesquisa de intenção de compras divulgada ontem pela de Belo Horizonte (/BH). O levantamento indica que 24,2% dos entrevistados não vão comprar nada na data mais importante para as vendas do varejo, ante 75,8% que prestigiarão alguém especial. Trata-se do maior percentual de clientes que não vão comprar presente de Natal já registrado na série histórica da pesquisa, feita desde 2008. No ano passado, esse número foi de apenas 11%, menos da metade.
Por causa das turbulências políticas que continuam a estremecer o país, a /BH ainda espera um Natal magro neste ano, com variação que pode ir de queda nas vendas de 1,10% a aumento de 1,24%, com faturamento próximo de R$ 3 bilhões. "Tem chance de ser melhor do que no ano passado, mas estamos num momento de instabilidade profunda com a política influenciando negativamente a economia. Isso não gera segurança para o consumidor gastar nem para o empresário investir", afirma o presidente da instituição dos lojistas, .
A maioria dos participantes da pesquisa (76,8%), que consultou 300 consumidores, respondeu que o presente deste ano terá valor inferior ao de 2015 e atribuiu o motivo à inflação alta, à falta de dinheiro, endividamento, desemprego e a decisão do consumidor de reduzir gastos. Um total de 59,5% de pessoas informou que pretende desembolsar até R$ 100 com o presente.
Embora o cliente queira gastar menos, o tíquete médio por presente entre os consumidores deverá ficar em R$ 120,84, valor 35% maior em relação ao ano passado, quando o tíquete médio foi R$ 89,53. "Não podemos esquecer a inflação. O mesmo produto agora custa muito mais caro do que no ano passado", reforça Falci. O valor médio que o consumidor deve desembolsar é maior que o tíquete médio informado por empresários, de R$ 104,56.
"Se chegar a 100, a gente já está satisfeito", diz Falci, para quem o aumento da previsão do tíquete médio de compras não será suficiente para equilibrar as contas do ano, já que menos pessoas devem presentear. No balanço do ano, o comércio varejista deve fechar com retração de 2,97%. Em 2015, a redução nas vendas foi de 4,34%. "A queda está desacelerando", afirma.
13º SALÁRIO A notícia de que o governo de Minas pagará metade do 13º salário dos servidores em 22 de dezembro e o restante em três vezes até março repercutiu negativamente nas expectativas do comércio para o Natal. "BH tem um número alto de funcionários públicos. Gostaríamos que o governo de Minas fizesse o pagamento no início do mês. Se o 13º tivesse vindo antes melhoraria a inadimplência e as vendas", afirma Falci.
Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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