SEM PRESSA - Lojas de eletroeletrônicos estão vazias
A crise econômica caiu como uma bomba nos sonhos do consumidor, que precisou adiar as expectativas de compra de bens de maior valor agregado. Carros, televisões, computadores e geladeiras, por exemplo, ficaram no passado. Agora, o brasileiro só tem olhos - e bolso - para os itens de primeira necessidade, como roupas e calçados.
A título de comparação, em maio de 2010, ano em que o crescimento econômico foi forte, a intenção de compras do belo-horizontino era voltada aos carros. De acordo com pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead- MG), naquele mês 13,5% das pessoas pretendiam comprar automóveis. Em segundo lugar apareciam os computadores, com 10,5% das pretensões.
No mesmo mês de 2015, o quadro virou de cabeça para baixo. Os possantes deram lugar à categoria vestuário e calçados, com 25,71% do interesse dos consumidores. Em seguida, apareceram os produtos de informática e telefonia, com 7,62% de participação.
O vice-presidente da de Belo Horizonte (-BH), Marco Antônio Gaspar, afirma que a mudança no perfil do consumidor é nítida. "Sem dinheiro e sem segurança no emprego, as pessoas têm corrido dos produtos mais caros, que precisam de financiamento. Hoje, todo mundo compra o que pode à vista", diz.
Renda em queda
Em maio, a inflação de Belo Horizonte atingiu o maior índice para o mês em 11 anos e fechou em 1,06%. Com a renda sendo corroída, o consumidor para de arriscar. A taxa básica na casa dos 13,75% também não ajuda. Afinal, ela encarece o crédito.
O quadro se agrava com o aumento da inadimplência, que restringe os financiamentos. Ou seja: o consumidor não tem dinheiro, tem receio de comprar e as instituições financeiras não querem assumir o risco de emprestar. "E, se ninguém compra, ninguém vende e a indústria não produz. Aí vem o desemprego", lamenta Gaspar.
Palavras Chave Encontradas: Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).