Comerciantes do Barro Preto, tradicional polo de moda na região Centro-Sul de Belo Horizonte, vêm buscando estratégias para combater a crise que já causou o fechamento de cerca de 500 lojas na região ao longo de três anos. Segundo o diretor do Conselho Regional Barro Preto, Fausto Izac, a principal iniciativa para reverter esse quadro é a construção de parcerias com outros polos de moda da Capital, como o existente no bairro Prado (região Oeste), buscando a efetivação de lei municipal de 2012 que declara BH "capital da moda".
"Queremos estreitar as relações com esses outros polos para termos maior força nas demandas, como incentivos fiscais, e ganhos conjuntos. Já há um grupo de trabalho e estamos realizando reuniões", informou Izac. Segundo ele, o grupo quer unir entidades como de Belo Horizonte (-BH) e poder público na busca de soluções.
Fausto Izac informou que 2017começou devagar no comércio do Barro Preto, mas a expectativa é de que o segundo trimestre deste ano seja melhor que igual período do ano passado. "Janeiro e fevereiro já são tradicionalmente ruins devido ao comprometimento da renda familiar com impostos e despesas escolares. Além disso, fevereiro teve poucos dias úteis. Mas a expectativa é de melhora", disse ele, que é dono do Mundo dos Armarinhos, que fica no Barro Preto.
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Comerciantes vislumbram melhora
Fechamentos - De acordo com Fausto Izac, há no Barro Preto, atualmente, cerca de 3.500 comércios, sendo a maioria considerada pequena empresa. Nos últimos três anos, ao menos 500 estabelecimentos - levando-se em conta lojas de galerias e escritórios - fecharam as portas.
Esse cenário acabou alterando um pouco o perfil do bairro. Ganhou espaço o setor de serviços, principalmente com escritórios de advogados e contabilistas, devido à proximidade com o Fórum Lafayette e outros órgãos da Justiça. "Lojas de moda desocupadas em galerias passaram a ser ocupadas por escritórios", disse.
Mas Izac ressalta que o forte do bairro continua sendo o polo de moda. Nesse caso, o que mudou é que muitos comerciantes que só negociavam para representantes - principalmente as chamadas sacoleiras -, passaram também a vender para o consumidor final.
Já a tão esperada revitalização da região está sem data para ocorrer. A obra, que teve seu início adiado algumas vezes, previa tratamento de calçadas, arborização, nova pavimentação, entre outras alterações. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), com o agravamento da crise econômica, entidades representativas dos comerciantes ficaram temerosas de que as obras causassem o aumento dos prejuízos no setor. Face ao impasse, segundo a Prefeitura, o prazo de início máximo previsto no contrato foi suspenso.
"Assim, no momento oportuno, a Prefeitura retomará o diálogo com as entidades representativas da comunidade para estudar possíveis intervenções no local", informou, em nota, a PBH.
Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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