São Paulo - A demanda das empresas por crédito caiu 0,5% em junho ante maio, segundo pesquisa da Serasa Experian. Já na comparação com junho do ano passado, houve alta de 1,9%. No acumulado do primeiro semestre a demanda avançou 3,8% frente a igual intervalo de 2014.
De acordo com os economistas da Serasa, a retração da demanda das empresas por crédito em junho, a terceira queda mensal consecutiva, é mais um sinal que aponta para a queda da atividade econômica no segundo trimestre deste ano, consolidando um quadro recessivo para a economia brasileira.
"Juros em constante elevação e queda dos níveis de confiança empresariais são alguns dos fatores que explicam a fraca procura por crédito pelas empresas nestes últimos meses", afirma a empresa em nota.
Na divisão por setores, a maior queda na demanda por crédito em junho ante maio foi na indústria (-2,3%), seguida do comércio (-0,7%) e com estabilidade em serviços. Na comparação anual, a indústria cai 9,3%, enquanto o comércio sobe 1,2% e serviços tem elevação de 5,9%.
Em relação ao porte da empresa, a retração mais acentuada na busca por crédito foi entre as companhias médias, com recuo de 1,6%, na margem. Nas micro e pequenas (MPEs) e nas grandes houve baixa igual, de 0,5%. Já na análise por região, a queda se concentrou no Nordeste (-2,6%), enquanto todas as outras tiveram alta (Centro-Oeste, 1,6%; Norte, 1,4%; Sul, 1,1%; e Sudeste, 0,8%).
Calote - Já o número de empresas com dívidas atrasadas subiu 5,38% no primeiro semestre, segundo dados divulgados ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Na comparação com maio, o indicador de junho ficou praticamente estável, subindo apenas 0,09%. No entanto, o total de empresas inadimplentes aumentou 8,05% em relação a junho do ano anterior - o segundo maior crescimento nessa comparação, desde agosto de 2013.
De acordo com a CNDL, a alta da inadimplência das empresas decorre da deterioração da economia. Segundo a entidade, a forte alta dos juros reduziu o faturamento das empresas e aumentou o custo do capital.
O setor com maior crescimento no número de empresas devedoras foi serviços, com alta de 12,56% em junho, em relação ao mesmo mês do ano passado. Em segundo lugar ficou a indústria, com aumento de 8,71%. Em relação ao estoque das dívidas, as empresas de comércio concentram quase metade das empresas devedoras (49,39%). No setor de serviços, a proporção chega a 37,22%.
Segundo o levantamento, as dívidas mais antigas, com atrasos de três a cinco anos, subiu 13,82% no mês passado em relação a junho de 2014. O número de devedores com pendências recentes, de até 90 dias de atraso, aumentou 2,3%.
A região Sudeste puxou o crescimento do número de empresas inadimplentes, com alta de 11,38% em junho na comparação com o mesmo mês de 2014. O Nordeste ficou em segundo lugar, com variação de 10,77%. As duas regiões concentram o número de dívidas não pagas: 44,84% e 19,53%, respectivamente. (AE)
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