Empresários investem em receitas e modo de produção bem próximos dos famosos produtos italianos. Com chegada do verão e calor intenso, vendas devem se manter aquecidas
Depois de uma viagem à Itália, Laisa Machado teve vontade de trazer o verdadeiro gelatto para BH. O pistache, para fazer o sorvete, ela importa de Bronte, uma das regiões produtoras mais famosas
Com os termômetros em alta e a chegada do verão amanhã, só mesmo um delicioso sorvete para refrescar e espantar o calor. Uma das maiores tristezas dos amantes do sorvete é não encontrar nada que se assemelhe ao famoso gelatto italiano no Brasil. O caso mais complicado no país é o pistache, que está bem distante do real. Na tentativa de preencher essa lacuna, a empresária Laisa Machado inaugurou a Lullo Gelateria, na Savassi, em Belo Horizonte, em fevereiro. A intenção de abrir o negócio surgiu, justamente, depois de uma viagem à Itália, conta a empreendedora, que não se arrepende do alto investimento - cerca de R$ 1 milhão - que fez na época. "Nossa história começou depois de uma viagem à Itália, gostamos da ideia e queríamos trazer para o Brasil. Fizemos uma pesquisa de mercado e de viabilidade do negócio no país com um estilo próprio. Conhecemos uma pessoa na Itália, que se tornou amiga e acabou desenvolvendo algumas receitas. Importamos 70% da nossa matéria-prima de lá", conta Laisa.
Desde a inauguração, a empresa tem sido um sucesso. Nem mesmo no inverno o movimento baixou. Parte do sucesso, segundo ela, é o pistache. "Utilizamos o pistache de Bronte, cultivado aos pés do vulcão Etna. É um produto delicado, aromático e de cor intensa, diferente dos outros cultivados em outras cidades." A Lullo oferece 25 sabores de gelatto, entre eles, os gourmets inusitados, como define Laisa. "Conseguimos fazer o gelatto regionalizado, com a matéria-prima que encontramos no Brasil e de baixa caloria, porque os produtos são o mais orgânico possível. Temos bacon com gorgonzola, abóbora com gengibre, limão com lavanda e vários outros."
E mais: os clientes podem verificar a feitura dos produtos. A produção começa às 7h, quando a loja ainda está fechada, e termina às 14h. Os preços variam conforme o tamanho (pequeno, R$ 10; médio, R$ 13; e grande, R$ 15) com três sabores diferentes.
O italiano Luca Lenzi, da Mi Garba Gelateria, trouxe maquinário e matérias-primas de seu país para fabricar seus produtos
Outro pedacinho da Itália na capital mineira é a Mi Garba Gelateria. Casado com uma mineira, o italiano Luca Lenzi mudou-se para BH no fim de 2014 e, no início do ano, inaugurou a loja no Bairro de Lourdes. Além de importar maquinário e matéria-prima do seu país, ele trouxe um conterrâneo com experiência no ramo para comandar a produção nos primeiros meses e treinar seus quatro funcionários. O investimento foi na casa de R$ 1 milhão. Segundo Luca, "para ter a mesma consistência dos produtos, é importante utilizar os mesmos maquinários".
Mais de 20 sabores são feitos todos os dias e expostos na vitrine da loja, que aposta em duas apresentações do sorvete: uma à base de leite integral e creme de leite e outra feita com água e açúcar (sorbet). "É só ter as máquinas e os ingredientes. O leite daqui é muito bom e gostei muito das frutas, especialmente do morango, maracujá, manga e da banana. No meu país, não costumamos fazer sorvete de manga, porque lá a fruta não é tão boa. Já o melão de lá é ótimo, mas aqui não teria tanta saída", comenta Luca.
Na Mi Garba, o preço dos produtos também varia conforme o tamanho. O copinho pequeno de no máximo 130g, com dois sabores, custa R$ 10. O médio, com três sabores, R$ 12, e o grande, que pode ter quatro sabores, custa R$ 14. Segundo Luca, haverá aumento na produção de gelattos diet na próxima semana para atender o público com restrições de açúcar na alimentação.
Lullo Gelateria
Rua Antônio de Albuquerque, 617, Savassi
(31) 3646-0625
www.lullo.com.br
Mi Garba
Rua Marília de Dirceu, 161, Lourdes
(31) 2516-7056
Rozlatto
Boulevard Shopping, Avenida dos Andradas, 3000, Santa Efigênia, Piso 2
www.rozlatto.com
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