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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 22-03-2019 - 08:23 -   Notícia original Link para notícia
Bolsa cai 1,34% com preocupação sobre reforma

Para investidores, prisão de Michel Temer pode dificultar tramitação do projeto no Congresso. Mercado já havia se decepcionado com proposta mais leve para militares. Dólar tem valorização de 0,9%, a R$ 3,80



Apreocupação com um potencial impacto da prisão do ex-presidente Michel Temer sobre a tramitação da reforma da Previdência levou a Bolsa brasileira a cair 1,34% ontem, com o dólar subindo 0,9%, a R$ 3,80. A proposta de mudança nas aposentadorias dos militares, que frustrou expectativas, contribuiu para a maior aversão a risco dos investidores.



O Ibovespa, principal índice da B3, fechou aos 96.729 pontos, distanciando-se da marca simbólica dos 100 mil pontos, que atingira pela primeira vez no começo da semana.



Apesar do tom negativo do encerramento, os ativos recuperaram parte das perdas. Pouco depois das 13h, a Bolsa chegou a cair 2,63%, aos 95.456 pontos, enquanto o dólar era negociado a R$ 3,834. A interpretação de analistas é que o impacto da prisão de Temer na reforma aindaé incerto, eafaladop residente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - de que a notícia não afeta a tramitação daproposta-ajudouaatenuar as preocupações.



- Todos foram pegos de surpresa, pois não se sabia qual impacto poderia haver no cenário político, na reforma da Previdência. Conforme as horas passavam, os investidores perceberam que não havia elementos para relacionar diretamente a prisão à reforma. O clima fica um pouco mais difícil, mas uma relação direta não é óbvia - avaliou Rodrigo Marcatti, sócio da Veedha Investimentos.



'GASOLINA NAS TENSÕES'



"A prisão do ex-presidente Michel Temer joga gasolina nas tensões entre aclasse política e as forças da Lava-Jato. Isso pode tornar mais complexo o acerto por reformas ", escreveu André Perfeito, economista-chefe da Necton.



Mas Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, considera que, a longo prazo, a notícia pode ser positiva. Segundo ele, mostra que há seriedade no desejo de acabar com a corrupção. "Retirados os eventuais efeitos de curto prazo, o Brasil só teria a ganhar, diferentemente de quando Temer era presidente e a gravação de Joesley Batista colocou uma pá de cal na reforma da Previdência", afirmou em nota.



Já Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial, destaca que "a Bolsa exagera para cima e para baixo, tanto na euforia quanto no pânico".



Na Bolsa, contribuíram para a queda as gigantes do varejo. Os papéis das Lojas Americanas recuaram 5,58%, e os da B2W, 6,31%. As perdas refletem balanços abaixo das expectativas.



No lado dos ganhos, lideraram o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, os papéis da Suzano e da Vale, que subiram, respectivamente, 3,15% e 0,65%. Por serem exportadoras de celulose e minério, elas são beneficiadas com a alta do dólar.


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