29/08/2015 - Fonte:  Diário do Comércio - MG 


As vendas do comércio da região da Savassi, em Belo Horizonte, estão sendo afetadas pela crise econômica/Alisson J. SilvaA recessão da economia brasileira vem causando perdas no comércio da região da Savassi, em Belo Horizonte. O cenário é considerado pelos lojistas como o pior dos últimos 12 anos. Com a perda das receitas das empresas instaladas na região, a alta significativa nos valores dos aluguéis dos imóveis, registrados nos anos anteriores, vem perdendo força. 

De acordo com o diretor do Conselho da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH) - Savassi, Alessandro Runcini, os empresários têm conseguido renegociar os valores com os proprietários, o que é positivo para os negócios. 

"O comércio da Savassi foi muito prejudicado pela alta dos aluguéis. Mas esta realidade finalmente começa a ser revertida. Os proprietários e investidores dos imóveis estão vendo que o momento não é favorável para aumentar os valores, neste sentido, estão ocorrendo negociações. Isso é importante, já que o aluguel alto era o principal motivo pelo fechamento ou migração das lojas na região", ressaltou. 

Segundo o empresário, até o início deste ano, os reajustes mais fortes dos aluguéis começaram antes mesmo da conclusão das obras de revitalização da Savassi. "Algo entre 10% e 20% seria razoável, mas em alguns casos, a elevação foi de 100%. Foi um equívoco que durou dois anos e agora tende a ser revertido", avaliou. 

Em relação à situação desfavorável da economia brasileira, Runcini disse que o comércio da região vem sofrendo perdas com a redução das vendas. Os empresários têm investido em promoções e melhores condições de pagamento para atrair consumidores. 

"A situação macroeconômica do Brasil interfere diretamente no desempenho do comércio. Estamos vivendo um cenário complicado, pois se trata de uma crise política e econômica. Assim, 2015 vem sendo o pior ano dos últimos 12 anos, do ponto de vista do comércio em geral", enfatizou. 

Em relação aos próximos meses, Runcini acredita que haverá melhora no desempenho do varejo, que deve ser estimulado pelo pagamento do 13º salário e pelas datas comemorativas - Dia das Crianças e Natal. 

Aplicativo - Também é esperado para o final do ano, o lançamento de um aplicativo para smartphone e a instalação de totens na região, onde os visitantes poderão acessar informações sobre os eventos culturais e o comércio detalhado por segmento. 

"Vamos investir nas campanhas para que o desempenho das vendas seja positivo. A região da Savassi tem sido favorecida pelo Circuito Cultural da Praça da Liberdade e pelo turismo de negócios. Precisamos investir na divulgação dos eventos culturais, como as Festas das Nações, para atrair um público maior e estimular a economia. A região possui um comércio rico, com 34 hotéis e cerca de 1,2 mil empresas instaladas, sendo que 80% são exclusivas, o que difere a região dos shoppings. Isto precisa ser melhor explorado", detalhou. 

Para a presidente da Associação dos Lojistas da Savassi, Maria Auxiliadora Teixeira de Souza, o desempenho negativo nas vendas do comércio da região tem desestimulado os empresários. Segundo ela, o fechamento de lojas é uma realidade, o que também tem permitido com que os comerciantes consigam renegociar o valor dos aluguéis com os proprietários. 

"A situação é desfavorável e acredito que nem mesmo as próximas datas comemorativas terão resultados positivos. As ruas da região estão vazias e os consumidores estão comprando apenas o necessário. Alguns lojistas estão conseguindo negociar a manutenção dos preços dos aluguéis, que é o principal gargalo para quem não tem imóvel próprio, mas essa negociação não abrange a todos", enfatizou.