Leitura de notícia
Os Novos Inconfidentes - BH (MG) ( Notícias ) - MG - Brasil - 30-09-2019 - 20:10 -   Notícia original Link para notícia
Eleitor descola da realidade e passa a avaliar governos pela ideologia


Uma minoria está satisfeita com os governos. Em BH, segundo a nova pesquisa Quaest-, só 21% veem avanços em Minas e 24% no Brasil; em relação à gestão local, a percepção de melhoria salta para 40% mas ainda fica inferior à soma dos grupos que veem a cidade parada (51%) ou pior (8%). Até aí nenhuma surpresa. O que chama atenção na pesquisa é que, mesmo sem notar resultados, os eleitores estão aprovando mais o presidente, o governador e o prefeito.


A pesquisa Quaest para a -BH ouviu mil pessoas na capital mineira no início do mês. É o terceiro levantamento no ano. Ele mostra desilusão com o presente e falta de perspectiva futura. O grosso da população acha que o país e o estado estão parados (47% e 58%, respectivamente) ou piores (29% e 20%). Ao mesmo tempo, na comparação com a primeira pesquisa em maio, a avaliação positiva de Bolsonaro cresceu seis pontos, de 23% para 29%, e a de Zema subiu de 16% para 19%.


No caso do presidente, houve também no período um aumento da rejeição de 37% para 41%: mais quatro pontos. Note-se, porém, que a alta da rejeição é inferior à da aprovação. No balanço final, a popularidade de Bolsonaro em BH ganhou dois pontos. O que é pouco estatisticamente, inferior à margem de erro da pesquisa (3%), mas não deixa de ser um indicador ou de uma estabilização ou de recuperação na imagem do presidente. Na pior das hipóteses, ele estancou a queda.


Em relação a Zema, a rejeição caiu de 33% para 31% desde maio. Esses dois pontinhos a menos na conta negativa somados aos três que ele agregou à avaliação positiva dão uma diferença de cinco pontos na popularidade do governador. Para cima. Não é pouca coisa. A imagem de Zema melhorou na capital.


Quanto a Kalil, a avaliação positiva em setembro (53%) ficou abaixo de maio (54%), mas representou uma recuperação em relação a julho (49%). E a rejeição caiu de 11% para 9%. No final das contas, o prefeito também avançou.


Os governos não melhoram mas os governantes sim. A explicação para o paradoxo parece estar na ideologização e na radicalização da política, levando o eleitor a apoiar ou rejeitar os governos e governantes mais por afinidades com ideias e valores abstratos do que por feitos ou medidas concretas. Nas palavras do coordenador de pesquisas da Quest, Felipe Nunes, tem-se hoje um "cenário agudo de partidarização e polarização dos eleitores de Belo Horizonte".


Não só na capital mineira o eleitor anda mais propenso a avaliar governantes em função de afinidades ideológicas. A ultima pesquisa Ibope para a CNI, divulgada semana passada, captou o fenômeno no país.


No Ibope, de junho a setembro, a rejeição ao governo Bolsonaro subiu dois pontos, de 32% para 34%, enquanto a avaliação positiva oscilou de 32% para 31%. Contas feitas, o saldo da popularidade presidencial encolheu três pontos. São números negativos, mas a queda pode ser considerada pequena se levarmos em conta que o governo enfrentou nesse ínterim uma crise ambiental de repercussões internacionais.


Além disso, em relação ao primeiro semestre, nota-se um claro arrefecimento na queda de Bolsonaro. Ao que tudo indica, ele está conseguindo fidelizar os seus apoiadores e estancar as taxas de rejeição. Como a ideologia está predominando nos critérios de avaliação do eleitor, quem se afina com o presidente faz vista grossa para os seus erros e quem desafina se recusa a reconhecer qualquer iniciativa boa no governo. Ou seja, parece ocorrer uma cristalização nos posicionamentos ideológicos em relação a Bolsonaro (e outros governantes), seja contra ou a favor. O Brasil está cada vez mais rachado.


 


Palavras Chave Encontradas: CDL
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.