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brasileiras, em especial as de tecnologia, têm buscado os Estados Unidos para estrear no mercado acionário. A varejista on-line Netshoes fez sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de Nova York no ano passado. Em 2018, já seguiram esse caminho a empresa de meios de pagamento PagSeguro, em janeiro, e a Arco Educação, em setembro. A Stone, também de meios de pagamento, deve concluir seu IPO após as eleições.

Por trás desse movimento, dizem analistas, está abus capo ruma base de investidores mais diversificada e com maior conhecimento de novos setores. - Certos modelos de negócios são mais bem compreendidos no exterior porque lá há outros casos similares. Isso acontece com fintechs e empresas de tecnologia - diz Maurício Pedrosa, gestor da Áfira Investimentos. No IPO da PagSeguro, a relação entre o preço da ação e o lucro foi o dobro da registrada, na mesma época, pela Cielo. Essa relação é um dos fatores avaliados na hora de definir se uma empresaé ou não atraente paras e investir. Segundo Pedrosa, isso se deve ao fato de , no Brasil, a Bolsa ainda representar pouco a economia real: - Temos um peso exagerado do sistema financeiro e das commodities. Novos negócios estão praticamente de fora. Então a empresa acaba buscando uma praça em que seu modelo de negócios esteja mais presente.

MERCADO DOMÉSTICO MANTÉM FORÇA

Levantamento da consultoria EY mostra que, de todos os IPOs este ano no mundo (mil até setembro), 9% foram realizados em países diferentes da origem da empresa.Éa maior fatia desde os 10% de 2014. Guilherme Sampaio, diretor de Transações Corporativas da E Y, lembra que a companhia que adota esse estratégia atrai investidores que não aplicariam diretamente no Brasil. Em 2017, foram feitos dez IPOs no Brasil e um no exterior. Este ano, foram três IPOs no Brasil e dois lá fora. Para Sampaio, o interesse em abrir o capital nos EUA vai crescer, mas o mercado doméstico ainda vai predominar. A advogada Marina Ramacciotti, sócia do escritório Siqueira Castro, lembra ainda que há avantagem de obter recursos em uma moeda forte, o que reforça o caixa para investimentos e aquisições.