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Isto é Dinheiro online ( Negócios ) - SP - Brasil - 13-06-2015 - 12:07 -   Notícia original Link para notícia
Aceita uma Coca?


De olho no futuro: Martinéz, presidente, comanda a expansão da  Coca-Cola FEMSA, no Brasil ( foto: RAFAEL HUPSEL/AG. ISTOé)


O relógio se aproximava da uma hora da tarde, na quinta-feira 11, quando o mexicano José Ramón Martínez, presidente da Coca-Cola FEMSA Brasil, cortou a fita de inauguração da fábrica da empresa em Itabirito, cidade da região Metropolitana de Belo Horizonte. O investimento, de US$ 258 milhões (R$ 820 milhões), é uma ótima notícia nesse momento de turbulências por que passa a economia brasileira. Trata-se da primeira fábrica aberta pelos mexicanos em 12 anos de operação no País. Com ela, será possível ampliar em 50% a capacidade produtiva. Dos atuais 4,2 bilhões de litros para 6,3 bilhões de litros.


Com isso, a FEMSA deixa o mau humor dos mercados de lado e emite um sinal inequívoco das suas ambições por aqui. "Estamos confiantes de que os problemas macroeconômicos do País serão superados", afirma o executivo. "O cenário é desafiador, mas a Coca-Cola FEMSA continua enxergando o Brasil como um mercado estratégico." No comando da subsidiária desde janeiro de 2013, Martínez tem uma carreira de 25 anos na FEMSA, gigante com filiais em oito países da região, além das Filipinas, e que faturou US$ 17,6 bilhões em 2014, dos quais US$ 3 bilhões no Brasil.


Ele atuou como diretor de assuntos corporativos no México, comandou a área de planejamento para a América do Sul e presidiu a filial da Venezuela. Com o apoio da matriz e da Coca-Cola, tem investido na consolidação da rede no Brasil. Somente em aquisições de franqueados a FEMSA gastou US$ 2,29 bilhões, em 2013. A primeira da lista foi a Ciaflu, que atua no Sul do Estado do Rio de Janeiro, seguida pela Spaipa, cujo raio de ação inclui Paraná e parte do Estado de São Paulo. Com isso, os mexicanos passaram a responder por 40% de todo o volume produzido pela Coca-Cola no Brasil.


A nova fábrica substituiu a cinqüentenária unidade local, que está sendo convertida em Centro de Distribuição. Com ela, Martínez espera que a FEMSA consiga dar um enorme salto. Tanto na produção, quanto na lucratividade do negócio. "A unidade de Itabirito permitirá uma economia de 10% em nossos custos globais na região", prevê. O percentual leva em conta o perfil sustentável da unidade, que conta com sistemas de reaproveitamento de água da chuva, iluminação que privilegia a luz natural e a capacidade de reciclar 90% dos resíduos gerados, além do elevado nível de automação.


Nos meses de verão, pico do consumo de refrigerantes, a velha fábrica não dava conta da demanda e tinha de importar refrigerantes, água mineral e sucos de outras unidades, encarecendo sua planilha de custos. "Agora, poderemos atender com tranquilidade os 853 municípios mineiros", afirma. Hoje, a empresa opera em 728 cidades. Pelas contas do executivo, os investimentos recentes se justificam mesmo em um cenário marcado por um verdadeiro cerco ao consumo de refrigerantes. A lista incluiu desde a proibição da venda nas cantinas de escolas, até campanhas que apontam os refrigerantes como culpados pela obesidade infantil.


Segundo o Ministério da Saúde, os brasileiros reduziram em 20% as compras de refrigerantes nos últimos seis anos. "O mercado de bebidas não-alcoólicas está cada vez mais dependente da água e dos sucos de frutas", diz o consultor Graham Wallis, diretor da empresa de pesquisa Datamark, de São Paulo. De fato. Enquanto as vendas de refrigerantes crescem a taxas modestas, as demais bebidas não-alcoólicas avançam em ritmo chinês. É o caso dos sucos e da água mineral, com alta no volume comercializado de 19,1% e 15,5%, respectivamente, em 2014.


Apesar das campanhas restritivas, os mexicanos entendem que os refrigerantes deverão seguir como um item presente na cesta de consumo dos brasileiros. Em 2014, a FEMSA vendeu 1,2 bilhão de caixas de bebidas, entre refrigerantes, água mineral e sucos, em sua terra natal. Aqui, foram 800 milhões e a empresa espera que, mesmo com o orçamento mais apertado, os brasileiros devem continuar comprando esse tipo de produto. "A expectativa é que o consumo migre de bares e restaurantes para dentro do lar", afirma a analista de mercado da Nielsen, Bruna Margall. Com a nova fábrica, Martínez espera saciar a sede de todos eles.


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