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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 23-05-2015 - 12:09 -   Notícia original Link para notícia
Polo moveleiro de Ubá amarga queda nas vendas

De dezembro de 2014 até abril deste ano, foram contabilizadas 2,5 mil demissões e dez empresas fecharam as portas


A situação no polo moveleiro de Ubá, na Zona da Mata, vai de mal a pior. De dezembro de 2014 até abril deste ano, já foram contabilizadas 2,5 mil demissões e 10 empresas fecharam as portas por causa da queda nas vendas, que encerraram o primeiro trimestre com retração de 15% quando comparadas às do mesmo período do exercício passado.

E a projeção para o fechamento de 2015 também é de queda que pode chegar a 30% sobre 2014, quando havia sido apurada redução de 10% nas vendas em comparação com 2013, pior resultado desde 1996, quando o Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Mobiliário de Ubá (Intersid) passou a realizar a pesquisa.

"Agora, com o quadro de funcionários reduzido, as empresas estão cortando custos e lutando para segurar os empregos com a expectativa de que o segundo semestre será melhor do que o primeiro. Mesmo assim, vamos ter queda de vendas no ano, mas é cedo para falar em números", afirma o presidente do Intersid, Michel Henrique Pires.

Segundo ele, as demissões não foram uma medida das empresas para aumentar as margens de lucro, mas uma reação inevitável para garantir o futuro dos negócios e, para quando a economia eventualmente retomar, elas estarem preparadas com as mínimas condições de atender ao mercado. "Estamos fazendo o dever de casa", destaca.

Assustados com o arrocho imposto pelo governo federal neste ano para recuperar as contas públicas, os empresários de Ubá e região chegaram a prever queda entre 10% e 15% nas vendas deste ano, mas o presidente do Intersind já admite que ela pode chegar até 30%. "Mas qualquer projeção feita agora pode mudar", diz. Atualmente, o polo de Ubá reúne aproximadamente 300 fabricantes de móveis e, juntos, geram cerca de 27,5 mil empregos diretos na região.

Além disso, a alta no preço da energia e a valorização do dólar são fatores que também impactam nos negócios do maior polo de móveis do Estado. Com a eletricidade mais cara, o custo de produção sobe na mesma proporção. Já a moeda norte-americana afeta de forma mais indireta, na medida em que serve de referência para preços de insumos importados e em época de baixa demanda, os custos não podem ser repassados integralmente para a ponta do consumo.


Grande BH - Por outro lado, a indústria moveleira da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que é formada basicamente por micro e pequenas empresas, a maioria delas marcenarias que trabalham com móveis planejados sob encomenda, ainda não está sofrendo tanto, de acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário e Artefatos de Madeira do Estado de Minas Gerais (Sindimov-MG), Carlos Alberto Homem.

"São empresas micro e pequenas, com estrutura de custos menor, com menos funcionários e que trabalham sob encomenda. Justamente por causa dessas características ainda não estamos vendo um número expressivo de demissões nas marcenarias na região. Ainda não vejo motivo para alarde no nosso caso", afirma Homem.

Mesmo assim, o presidente do Sindimov-MG explicou que as marcenarias da Grande BH estão "segurando dinheiro" e adotando medidas de contenção de despesas, diminuição de desperdício e melhorias de eficiência. "A expectativa é boa para o segundo semestre, que normalmente é melhor do que a primeira metade do ano", avalia.

Em todo o Estado, o setor moveleiro conta com aproximadamente 4 mil empresas, sendo pouco mais de 90% de micro e pequeno portes.


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