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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 10-07-2015 - 10:02 -   Notícia original Link para notícia
Coty vai disputar topo do mercado de tinturas com L'Oréal


Bart Becht, CEO da Coty, que ontem anunciou a aquisição de 43 marcas de produtos de beleza da americana P&G


A aquisição de 43 marcas de beleza da multinacional americana P&G, por US$ 12,5 bilhões, abriu as portas do mercado global de tintura de cabelo à fabricante de perfumes Coty, inclusive no Brasil. A companhia, comandada por Bart Becht, será a nova dona das marcas Wella Professionals (vendida a salões de beleza), Koleston, Soft Color e do descolorante Blondor no país. A P&G tem a segunda maior participação no mercado de coloração brasileiro, atrás da L'Oréal.


A Coty, por enquanto, só vende seus produtos por meio de parcerias com a empresa de vendas diretas Avon e com a Frajo, distribuidora do grupo Boticário. Os perfumes Playboy e Adidas entraram nos catálogos da Avon em 2014 e, neste ano, três fragrâncias de celebridades (Jennifer Lopez, Beyoncé e David Beckham) foram incluídas. A Coty tem acordo ainda com a Jequiti, do Grupo Silvio Santos, e vende também em lojas de varejo.


O acordo com a P&G leva a Coty ao topo do mercado de tinturas brasileiro, que movimentou R$ 3,48 bilhões em 2014, de acordo com a empresa de pesquisas Mintel. Após crescimento de 7,2% no ano passado, a previsão da consultoria é de avanço de 7% em 2015, ritmo um pouco mais brando devido ao efeito da crise econômica e do aumento da tributação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Entre 2015 e 2020, a expectativa é de aumento médio anual de 6,5%, atingindo R$ 5,1 bilhões em 2020.


A L'Oréal é a atual líder do mercado de produtos de coloração para cabelos no país. A empresa saltou de uma fatia de 26,4% em 2013 para 37,5% em 2014, principalmente pela aquisição da Niely, em setembro. Em segundo lugar está a P&G, com 20,9%, alta de 0,6 ponto sobre o ano anterior.


A francesa Coty, dona das marcas de perfumes Calvin Klein e Marc Jacobs, informou em comunicado que a compra da divisão de produtos de beleza da P&G permitirá ganhar escala em importantes mercados, como o Brasil. "A transação vai expandir de forma significativa a presença geográfica da Coty, nos provendo escala em grandes mercados de beleza como o Brasil e o Japão, e também aumentando nossa massa crítica em locais importantes em que a Coty opera, como América do Norte, Europa, Oriente Médio e Ásia." A companhia passará a comercializar também perfumes como Christina Aguilera, Escada e Gabriela Sabatini, que eram da P&G, no varejo de aeroportos e em lojas especializadas.


A transação promete ser uma das maiores do ano. A P&G decidiu redirecionar o foco para um número menor de marcas depois de perceber as dificuldades de administrar uma variedade extensa demais. "É um significativo passo para focar nosso portfólio em 10 categorias e 65 marcas que melhor potencializam as competências do núcleo de negócios da P&G", disse o presidente da P&G, AG Lafley, em comunicado.


A operação acrescenta as marcas Hugo Boss e Gucci ao portfóleio de fragrâncias da Coty. As grifes de cosméticos CoverGirl e Max Factor também seguem para a Coty, que deve sair de uma receita anual de US$ 4,5 bilhões para vendas de US$ 10 bilhões.


Em nota enviada ao Valor, a P&G afirmou que este é apenas o início de um processo que deve ser concluído no segundo semestre de 2016 e que, durante esse período de transição, todo o negócio da marca Wella, bem como seu quadro de funcionários, permanecerão com a P&G. As mudanças, segundo a companhia, são importantes para garantir que a empresa continue a ser competitiva no longo prazo. "O foco agora é a organização interna do negócio e a garantia uma transição suave ao longo dos próximos meses."


A fábrica de tinturas da P&G no Brasil está localizada no Rio de Janeiro. Não foi informado se o ativo trocará de mãos.


Ver mais em Procter vende marcas de beleza para Coty e põe foco em campeãs de vendas


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