BELO HORIZONTE - O Fórum das Entidades Empresariais de Minas Gerais recebeu nesta segunda-feira, 30, o pré-candidato à presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, em evento no Teatro Sesiminas, em Belo Horizonte. Durante o encontro, o ex-governador de São Paulo enfatizou que o Brasil vem melhorando desde a década de 30. "Por um período de 50 anos, crescemos em média 5% ao ano, nossa expectativa de vida subiu de 43 para 77 e aprendemos a controlar a inflação, que já foi de 3.000% ao ano". O pré-candidato, porém, ressaltou que, apesar de o país ter evoluído, ele encontra-se estagnado. "Estamos estagnados como um país de renda média. Nosso desafio é uma agenda de competitividade, uma vez que o Brasil tornou-se um país caro e que saiu das grandes cadeias de competição no mundo". Alckmin também pontuou quais seriam seus maiores desafios, caso eleito. O primeiro é a perda da capacidade de investimento por parte do governo. "Em 2019, o próximo presidente enfrentará o 6° ano de déficit primário de pelos menos R$140 bilhões. O Brasil caminha a passo de tartaruga, com uma crise fiscal na qual caiu a arrecadação, mas os gastos continuaram," disse. Outro desafio apontado pelo tucano é político, uma possível ingovernabilidade no Congresso. "Há grande possibilidade de que nenhum partido alcance 10% na casa, o que pode dificultar para o governo". As reformas política, tributária e previdenciária também foram tema do encontro. Segundo Alckmin, as três reformas são essenciais para assegurar a competitividade brasileira. "A reforma política é necessária, uma vez que temos 29 partidos no Congresso, mas não existem 29 ideologias, por exemplo. Isso torna a população confusa. O ideal é que seja implantado o voto distrital ou distrital misto," comentou. Já sobre a reforma tributária, ele afirmou que impostos atuais dariam lugar a um imposto único sobre valor agregado (IVA). Isto é, a proposta de Alckmin prevê a adoção de um tributo geral sobre o consumo, que substitua o PIS, o Cofins e o IPI (tributos federais); o ISS (tributo municipal) e o ICMS (tributo estadual). Em relação à previdência, o tucano ressaltou a desigualdade presente no sistema brasileiro. Para o político, é inconcebível tantas discrepâncias quanto ao que é visto atualmente no país. "O trabalhador da iniciativa privada tem em média uma aposentadoria que gira no valor de R$1.351, tendo um teto de pouco mais de R$5 mil. Enquanto a aposentadoria gira em média, no poder público, para algumas esferas, em valores de R$8, R$10 e até R$27 mil", comentou. Já o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, destacou no evento que o empresariado - quem empreende, gera emprego e riqueza no país - deve ser reconhecido como tal pelo governo. O líder empresarial também conclamou os próprios empresários a tomarem lugar de destaque na sociedade, na busca pela solução dos problemas do Brasil. "Precisamos sair e ajudar nossa sociedade. Indignar-se dentro de casa ou empresa não resolve," salientou. Fórum O Fórum reúne diversas entidades que representam os setores de indústria, serviços, comércio e agricultura. Dentre eles, a Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas (CDLCDL BH); Associações Comerciais e Empresariais (Federaminas); Federação das Indústrias (Fiemg); Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDLs); Centro Industrial e Empresarial (Ciemg); Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas); Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio); Federação da Agricultura (Faemg); Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg); Federação das Empresas de Transporte de Carga (Fetcemg) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MG).