Shoppings registram alta de 6% no faturamento; Serasa vê expansão de 5,6%

O faturamento dos shoppings subiu 6% no Natal deste ano, após dois anos de queda. Para a Alshop, associação do setor, a recuperação da economia, ainda que lenta, a liberação dos recursos das contas inativas do FGTS e a redução da taxa de juros explicam o aumento das vendas. No comércio pela internet, a alta foi ainda maior, de 12%. A Serasa, que monitora o movimento do comércio a partir das consultas a seu site, estimou uma expansão de 5,6% nas vendas do varejo entre 18 e 24 de dezembro, no melhor resultado desde 2010. O varejo teve seu melhor Natal desde 2010, segundo dados divulgados ontem pela Serasa Experian. De acordo com a instituição, as vendas na semana de 18 a 24 de dezembro registraram alta de 5,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados da Serasa são baseados nas consultas realizadas no banco de dados da instituição. O número está em linha com a previsão da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que projeta crescimento de 5,2% para este ano. Também ontem, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) divulgou crescimento de 6% no faturamento. Já o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) estima crescimento de 4,7% nas vendas.

PEDRO TEIXEIRANatal da retomada. Corredor do Norte Shopping, no último sábado: crescimento de vendas

O crescimento ocorre após três anos seguidos de queda. Em 2016, o tombo foi de 4%. Em 2010, melhor ano da economia brasileira na última década, as vendas de Natal avançaram 15,5%.

Segundo os economistas da Serasa, a melhora pode ser explicada pela recuperação da renda do brasileiro, impulsionada pelo alívio da inflação. Com alimentos baratos, sobra mais dinheiro no bolso do consumidor para comprar. SUPERMERCADOS: VENDAS 33% MAIORES A Alshop também destacou a liberação do PIS/Pasep, das contas inativas do FGTS e as reduções da taxa Selic como fatores que contribuíram para o aumento das vendas. O segmento de supermercado foi o que mais cresceu no Natal, em relação ao mesmo período do ano anterior, com 33,5%, seguido por vestuário e calçados, com 26%. Artigos de uso pessoal e domésticos aumentaram 14,3%; móveis e eletrodomésticos, 9,1%; farmácia e perfumaria, 5,8%; e outros segmentos, 11,2%.

Para o ano, a Alshop estima uma evolução de 5%, o que equivale a um faturamento de R$ 147,5 bilhões. O presidente da associação, Nabil Sahyoun, disse que, depois de dois anos de queda, observa-se uma retomada do crescimento na receita em 2017. Em 2015, o faturamento caiu 2% e, em 2016, 3,2%.

- A recuperação lenta da economia já se reflete nas vendas nominais do setor. Assim como no ano, o Natal de 2017 também foi o melhor desde 2015. É o primeiro Natal com crescimento de vendas - disse Sahyoun.

De acordo com dados da entidade, as vendas de brinquedos devem crescer 10% no ano, seguidas por óculos, bijuterias e acessórios, com 9,2%. Já o segmento de vestuários teria avanço de 5,5%; calçados, de 5%; eletroeletrônicos também de 5%; eletrodomésticos, de 6%; e celulares, de outros 6%. O segmento pet deverá apresentar elevação de 7,5% em 2017, no comparativo com 2016.

Sahyoun diz que o setor aposta na continuidade do crescimento no próximo ano, com a abertura de 18 shoppings no país:

- A melhora da economia deve incentivar muitos investimentos, principalmente em franquias. Há, atualmente, uma série de lojas vazias nos shoppings, mas esse cenário deve se modificar muito em 2018.

Já o faturamento no e-commerce deverá crescer 12% neste ano, no comparativo com 2016, segundo a Alshop.

- O crescimento no comércio eletrônico continua importante, tanto que as grandes redes estão expandindo a atuação no segmento. Em 2017, as vendas do e-commerce devem representar 4,3% da receita do varejo no Brasil, enquanto que, em 2016, essa participação foi de 3,8% - afirmou Sahyoun.