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Portal EM ( Economia ) - MG - Brasil - 09-10-2019 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Com temor de perder emprego, belo-horizontino reduzirá gastos

Desemprego alto e o medo de ficar sem trabalho são os principais fatores que explicam postura conservadora nos gastos pelos clientes na capital

Os consumidores de Belo Horizonte estão vivendo dupla sensação quanto ao futuro da economia e de sua situação financeira. Segundo a pesquisa "Quaest/: Economia e Consumo em Belo Horizonte", apesar da demonstração de otimismo com os próximos seis meses, o comportamento do consumidor é conservador, inclusive com a busca de economizar nos gastos. É que está por trás do universo de 77% dos entrevistados que estão atualmente empregados no regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), mas temem perder o emprego.

Apenas 22% não demostraram tal temor e outros 2% não souberam ou não responderam a pergunta. O levantamento foi realizado entre os dias 6 e 9 de setembro nas nove regionais da capital mineira. Foram entrevistas 1 mil pessoas com idade entre 18 e 75 anos. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Além disso, os números mostram que a quantidade de pessoas que têm perdido emprego, considerando as três últimas pesquisas, vêm só aumentando. Em maio, 33% responderam sim à pergunta sobre se alguém do domicílio havia ficado desempregado nos últimos 12 meses. Esse percentual passou para 39% em julho e alcançou 41% em setembro. Por outro lado, a parcela daqueles que não tinham ninguém em casa que perdeu o posto de trabalho caiu de 67%, em maio, para 61% em julho e chegou a 59% atualmente.

Por outro lado, o que demonstra a dualidade é que, quando perguntados sobre como a vida financeira estará no futuro, a maioria dos entrevistados apontaram melhora no indicador. Em maio, 30% estavam otimistas e acreditando na melhora. Na medição de julho, o percentual diminuiu para 22% e no levantamento de setembro atingiu a maior marca da série, de 37%.

Há ainda os que consideram que tudo vai ficar igual. Nesses casos, na primeira pesquisa o percentual era de 49%, subindo para 56% em julho e caindo para 41% em setembro, menor marca da série. Os que consideram que vai piorar ficaram em nível estável em 18% em maio e 20% nas pesquisas seguintes.

Se o recorte da pesquisa sobre o futuro da vida financeira considerar as faixas etárias, os jovens entre 18 anos e 29 anos são os mais otimistas. Na medição mais recente, 43% consideram que ela vai melhorar. Para quem tem entre 30 e 59 anos esse número cai para 40%. Já as pessoas em idade madura - 60 anos a 75 anos -, estão menos esperançosas e apenas 19% dos entrevistados nessa faixa etária considera que a vida financeira vai melhorar.

De acordo com instituto de pesquisa Quaest, é nítido o aumento na proporção dos consumidores que acreditam que a situação financeira vai melhorar nos próximos seis meses, realidade que engloba todos os estratos socioeconômicos, mas ainda há temor. "Mesmo com essa expectativa, a proporção dos que pretendem economizar mais nos próximos meses continua elevada, o que significa que, embora os consumidores olhem para fora de suas casas com uma perspectiva otimista e vislumbrem possibilidades de melhora, ao trazer o olhar para dentro de suas residências e sua vida cotidiana, não percebem uma real melhoria - logo, o otimismo não se traduz em mudanças em seu comportamento de consumo", afirma relatório do instituto Quaest.

Ainda segundo a análise do instituto, a o aumento do desemprego real e o medo de um possível desemprego são os principais fatores que explicam o fato de o comportamento na prática não acompanhar o otimismo com o futuro.


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