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G1 ( Economia ) - RJ - Brasil - 01-10-2019 - 10:50 -   Notícia original Link para notícia
Ceará perde 313 lojas do varejo no primeiro semestre

Estado foi o que mais fechou estabelecimentos do comércio no período no País, segundo a CNC.




Desde o segundo semestre de 2015 o Ceará vem apresentando saldos negativos no comércio (fotos: Agência Diário)


De janeiro a junho, o Ceará apresentou um saldo 313 lojas fechadas, em todo o Estado. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o mercado cearense foi o que mais perdeu estabelecimentos comerciais no primeiro semestre deste ano no País. Em todo o Brasil, a diferença entre abertura e fechamento foi positiva, com a criação de 3.328 empresas.

Fabio Bentes, economista da CNC, explica que desde o segundo semestre de 2015 o Ceará vinha apresentando saldos negativos no comércio. Foram seis semestres consecutivos de queda até o segundo semestre do ano passado, o primeiro a fechar em saldo positivo no período.

"Essa saldo negativo vinha diminuindo semestre a semestre. Chegou a ser positivo no segundo semestre de 2018 em 42 lojas. Agora, voltou a ser negativo. 313 lojas fechadas é ruim, mas na segunda metade de 2015, foram 1.619 lojas fechadas no Estado", explica Bentes.

Ele acrescenta que o fechamento no Ceará está muito associado ao comportamento do varejo. De janeiro a julho, o volume de vendas do setor no Estado foi negativo em 1,1%, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Enquanto isso, esse volume no Brasil foi positivo em 1,2%", destaca o economista.

O fechamento das lojas parece ter sido um dos fatores que interferiu no mercado de trabalho cearense no primeiro semestre. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, o Estado perdeu 6.994 postos de trabalho de janeiro a junho. Desse total, 4.704 foram só no comércio.

Apesar da perda de oportunidades, Maurício Filizola, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), aponta que é necessário aprofundar a análise e ver o porte das empresas que foram encerradas. "e tiverem sido encerradas 200 Microempreendedores Individuais (MEI), o impacto vai ser pequeno. Agora, se tiverem sido fechadas cem empresas de porte pequeno a médio, a consequência vai ser maior", ressalta.

Já o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, afirma que o impacto nos empregos só não foi maior por conta do equilíbrio das contas do Estado e Município. "Isso gerou uma segurança para os servidores públicos e suas famílias, por exemplo, evitando que a queda no consumo tenha sido ainda maior", avalia.

O segmento de confecção, segundo Alves, é o que tem sofrido as maiores dificuldades, diante de alguns casos de concorrência desleal no setor. "O Ceará sempre teve um polo de confecções muito pujante, mas vem sofrendo com alguns fatos que interferiram na condução desses negócios. Toda a cadeia produtiva foi afetada, por isso o impacto foi tão representativo. Só não foi pior pelo equilíbrio", ressalta.


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