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G1 ( Minas Gerais ) - RJ - Brasil - 17-10-2019 - 05:56 -   Notícia original Link para notícia
Belo Horizonte segue à espera de obras nos três pontos com maior risco de inundações

'Ainda fico comovido', diz prefeito Kalil sobre mortes ocorridas em 2018, na Região de Venda Nova; para ele, cidade está preparada.



"Ainda fico comovido. Deveria comover todo mundo. Se tivesse comovido o prefeito há 40 anos, não teria acontecido mais", disse o prefeito Alexandre Kalil (PSD) ao G1 sobre as mortes ocorridas durante o período chuvoso há quase um ano, na Avenida Vilarinho, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte.

A Regional Venda Nova é a que tem mais pontos de alagamento mapeados pela prefeitura: são 20 de um total de 98 em toda a cidade. Por causa do alto risco, há várias placas da Defesa Civil avisando para não passar pela área durante o período chuvoso.

Mesmo assim, quatro mortes no ano passado não foram evitadas. Na época, o prefeito assumiu a responsabilidade pelo ocorrido e prometeu que as obras no Córrego Vilarinho seriam feitas, o que evitaria novas inundações. Mas, as intervenções ainda estão em fase de estudos para lançamento de edital em dezembro e início somente no próximo ano.

Questionado sobre a demora para iniciar o procedimento, o superintendente da Secretaria de Obras, Henrique Castilho justificou: "Primeira coisa que temos que lembrar é que precisa ter recurso. E agora é que temos este recurso. (...) O projeto da Vilarinho é bem difícil"

De acordo com Castilho, o anteprojeto e a planilha de orçamento estarão prontas em novembro de 2019, com previsão de licitação de obras em dezembro de 2019. O custo estimado é de R$ 200 milhões.

Outra obra que ajudará a conter as inundações na região é a do Córrego do Nado. Com valor de R$ 40 milhões, a previsão é de fazer tratamento de fundo de vale e controle de cheias dos afluentes Córrego Marimbondo e da Lareira.

Mas, assim como as obras que evitariam as inundações na Avenida Vilarinho estão em fase de estudos, outras que são bastante esperadas, também se encontram nas mesmas condições. É o caso da obra no Córrego Cachoeirinha, que evitaria as inundações na Avenida Bernardo Vasconcelos, na Região Nordeste de Belo Horizonte. A verba, de R$ 147 milhões, só foi liberada no início deste mês. A licitação está prevista somente para 1º semestre de 2020.

As obras chamadas como Córrego dos Pintos, essenciais para evitar os alagamentos na Avenida Francisco Sá, no Prado, também já tiveram a verba liberada. Mas, está em fase de estudos.

"Vamos resolver quase todos os problemas de alagamento da cidade em até quatro anos", garantiu Castilho.

Apesar de estas obras não terem saído do papel, o prefeito garante que a cidade está mais preparada. "Estamos muito mais prevenidos em relação às chuvas neste ano do que no ano passado", afirmou. A previsão é gastar mais neste ano com serviços de manutenção e prevenção importantes para evitar tragédias.

Segundo a Secretaria de Obras e Infraestrutura, a Prefeitura tem previsto, para este ano, R$ 5 milhões para limpeza de bocas de lobo, desobstrução de rede e manutenção de grelhas, mesmo valor do ano passado. Foram retirados 2,7 mil toneladas de resíduos de bocas de lobo e 31,9 km de rede foram desobstruídos.

"A maioria do resíduo que encontramos é jogado pela população, como garrafa pet, resto de comida, animal morto. Há também muitos casos de caminhão que joga concreto na boca de lobo. A população tem que ajudar porque todo lixo que joga nos faz gastar R$ 5 milhões por ano. Dinheiro que poderia ser usado na saúde, na educação", disse o superintendente Henrique Castilho.

Já para limpeza e desassoreamento de bacias, a verba prevista é de R$ 8 milhões, ante os R$ 5 milhões do ano passado. Mas o esperado mesmo são as prometidas obras de bacias de contenção, que evitariam as inundações.

Enquanto as obras não saem do papel, a Defesa Civil faz o que pode para evitar tragédias. Segundo o subsecretário de Proteção e Defesa Civil de Belo Horizonte, Coronel Waldir Figueiredo, 190 mil pessoas já recebem alertas de chuvas, mas novidades ainda foram agregadas para o período chuvoso deste ano.

"Uma importante novidade é a utilização de Waze para bloqueios eletrônicos em vias que não estejam em condições de segurança. O aplicativo vai redirecionar os condutores para locais seguros", disse.

Ainda de acordo com a Defesa Civil, foi feita uma parceria com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para emissão de alertas nas plataformas e dentro dos vagões. Outra parceria é com a BHAirport, para que a administração do aeroporto veicule mensagens de alerta nos painéis de chegada dos voos. Outra novidade é a emissão de alertas de risco pelas operadoras de TV por assinatura.

Coronel Figueiredo reforça que, mesmo com todo o trabalho de comunicação, cada um deve fazer sua parte. "É importante a participação da comunidade para promover segurança a todos. A Defesa Civil trabalha na prevenção, mas riscos decorrentes da natureza são difíceis de prever. Por isso, precisamos do empenho de todos para evitarmos desastres".


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