Na esteira da retração da taxa básica de juros da economia, a Selic, bem como dos índices de inflação na capital mineira, consumidores têm conseguido destinar parte da renda mensal para a quitação de dívidas. Prova disso é que o índice de inadimplência vem perdendo força ao longo do ano.

Dados da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH) apontam que o Indicador de Recuperação de Crédito da entidade, que mostra a evolução da quantidade de devedores que deixaram o cadastro de inadimplentes, registrou um crescimento de 4,15% nos últimos 12 meses até agosto deste ano.

A Selic de 5,5% em setembro deste ano é a menor taxa fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central desde 2013. Para se ter uma ideia, o juro básico da economia, em igual mês do ano passado, estava em 6,84%. Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atingiu 3,42% no mês de agosto.

Dessa forma, a queda desses indicadores tem contribuído para que os belo-horizontinos procurem amortizar dívidas e retornem ao mercado de crédito e consumo.

Outro dado importante levantado pela CDLCDL-BH é que o número de dívidas pagas cresceu 0,14% de setembro de 2018 a agosto deste ano, na variação acumulada de 12 meses.

Os dados ainda não levam em conta a injeção de recursos na economia com a liberação de saques das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O montante R$ 28 bilhões que está sendo disponibilizado neste ano deve contribuir ainda mais para um recuo nos índices de inadimplência, já que muitos consumidores estão usando os recursos para a quitação de dívidas.

No entanto, os consumidores que têm saído da inadimplência simplesmente para tentar voltar ao mercado de consumo agora em dezembro, nas festas de final de ano, devem estar muito atentos para não chegar em janeiro novamente no endividamento.

Para isso, é necessário um controle financeiro com consumo de forma consciente, priorizando somente as compras de produtos necessários e abandonando os supérfluos. O planejamento é fundamental neste momento, para se evitar a volta à bola-de-neve da perversa inadimplência.