O SPC da -BH registra maior dificuldade de quitação dos compromissos financeiros dos consumidores em junho/
Os belo-horizontinos continuam enfrentando dificuldades para honrar os compromissos financeiros e, em junho, o número de dívidas em atraso na Capital aumentou 6,28% frente ao mesmo mês de 2015. O crescimento dos débitos pendentes refletiu diretamente no nível de inadimplência na região, que, no mesmo período, subiu 5,62%.
Ambas as altas foram as maiores registradas nos últimos quatro anos para essa base de comparação, segundo os dados divulgados ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da de Belo Horizonte (-BH).
O alto índice de inflação na Capital - que, nos últimos 12 meses é de 8,24%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, assim como as elevadas taxas de juros são apontados pelo vice-presidente da -BH, Marco Antônio Gaspar, como alguns dos principais empecilhos para os consumidores quitarem suas dívidas. O primeiro, por reduzir o poder de compra, e o segundo, por encarecer o débito em atraso, dificultando ainda mais o seu pagamento.
Ainda nessa lista, Gaspar acrescenta também a ausência de planejamento financeiro, um hábito comum entre a população brasileira e, muitas vezes, o maior responsável pela situação de pendência. "O principal da inadimplência sempre é a falta de planejamento financeiro. Infelizmente é uma questão cultural. O brasileiro não poupa e acaba parcelando compras sem saber se vai ter o dinheiro no futuro", avalia.
Na análise por gêneros, os homens foram os que apresentaram o maior crescimento dos débitos em aberto na Capital (6,31%), contra uma alta de 5,63% entre as mulheres em junho, frente ao mesmo mês de 2015. A explicação para isso envolve o perfil do público masculino, normalmente responsável pelas compras de maior valor agregado. No mesmo intervalo, os idosos representaram a faixa etária com maior elevação das dívidas em atraso, com aumento de 30,57%.
No último mês, os débitos pendentes entre os belo-horizontinos apresentaram um leve recuo de 0,18% em relação a maio. A quitação de despesas típicas do início do ano, como o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), contribuíram para que parte dos consumidores colocassem as outras contas em dia.
O nível de inadimplência - dívidas em atraso há mais de 90 dias - também caiu 0,01% em junho, na comparação com o mês anterior. A queda, porém, foi considerada aquém da esperada para o período e decepcionou, segundo avaliação do vice-presidente da -BH, que esperava uma redução entre 1% e 2%. Gaspar, no entanto, acredita que, a partir deste semestre, haja uma diminuição dos inadimplentes.
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Vendas dos supermercados ficam estáveis
Tendência - "O número de queda da inadimplência em junho foi muito fraco, praticamente se mantendo. A redução frente a maio deveria ter sido maior, então esse percentual não é positivo. Mas, nos próximos meses, a tendência é que a inadimplência venha a cair mais. A Prefeitura de Belo Horizonte, assim como algumas empresas, já anteciparam o pagamento da primeira parcela do 13º salário e isso deve ajudar", explica.
Hoje, a capacidade dos belo-horizontinos de quitar as dívidas está baixa. No acumulado do ano até junho, houve retração de 5,35% na recuperação de crédito pelos consumidores da Capital, frente ao mesmo período de 2015. Na comparação com junho do ano passado, o número de renegociação dos débitos caiu 0,55% e, em relação a maio de 2016, a redução foi de 1,06%.
"A capacidade de pagamento de muitas pessoas está enfraquecida. Com isso, boa parte dos consumidores tem focado os recursos para a subsistência da família, deixando de quitar dívidas antigas", destaca Gaspar.
Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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