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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 19-04-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Prioridade do País deve ser recuperação da governabilidade

As entidades de classe que representam os setores de comércio, serviços e a indústria de Minas Gerais avaliam que, em caso de confirmação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, que ainda precisa ser julgado e aprovado pelo Senado Federal, a confiança de investidores no País pode ser retomada. No entanto, é unanimidade que o primeiro passo para isso é a recuperação da governabilidade pela nova gestão que eventualmente venha assumir o comando do Brasil.

Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Lindolfo Paoliello, o ponto crucial da crise econômica e política que o País atravessa é a perda da governabilidade. "Estamos vivendo um estado de desorientação e a mudança de governo traria novas ideias, novos planos e, de imediato, alguma orientação, o que não existe hoje.

Entendo que o Brasil foi desconstruído e a simples mudança na Presidência da República significaria uma oportunidade de retomada da confiança da população e do empresariado", avalia.

Paoliello explica que a ACMinas não admitiu ficar sem tomar uma posição em meio à situação crítica em curso no Brasil. "A ACMinas apoia o impeachment e entende o processo como uma medida saneadora para deter a marcha acelerada de desmonte do País", argumenta.

O presidente da ACMinas defende a adoção de medidas de curto prazo conectadas com projetos de longo prazo por um eventual governo do atual vice-presidente Michel Temer. A ideia é retomar a credibilidade do País, partindo de uma base política forte, que será pilar para o ajuste fiscal.

Paoliello ressalta que este processo exigirá medidas legais e emendas constitucionais para garantir a governabilidade. Outra ideia é dar maior atenção às exportações, abrindo o Brasil para acordos comerciais. O presidente da ACMinas também cobra a flexibilização das leis trabalhistas.

Sobre a Operação Lava Jato da Polícia Federal, Paoliello considera a continuidade das investigações como irreversíveis. "A Justiça mostra esse quadro hoje. A congregação da Justiça Federal, da Polícia Federal e do Ministério Público indica que a operação vai continuar e chegar a mais resultados", prevê.

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Longo prazo - Na avaliação do presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas), Emílio Parolini, a confirmação do impeachment "criaria uma nova expectativa e motivação sobre o que pode vir pela frente". "A crise econômica vai continuar e a crise política vai demorar a passar", pondera.

O presidente da Federaminas entende que, de uma forma ou de outra, qualquer mudança estrutural no Brasil demandaria longo prazo. "O País está quebrado, a política desacreditada, as prefeituras, os governos estaduais e o federal estão quebrados. Será uma crise longa", alerta Parolini.

O presidente da de Belo Horizonte (-BH), , defende o desenvolvimento sustentável. "A -BH sempre se colocou a favor, nos últimos tempos, de uma mudança dos rumos da economia e infelizmente esse governo é insustentável porque não traz benefícios para o comércio e serviços. Quem faz a riqueza de uma nação é o setor produtivo, empresários e trabalhadores e não o setor público", argumenta.

Para o presidente da -BH, o novo governo tem que promover o descolamento entre o setor político e o produtivo. "Este governo se inchou e levou ao gasto e não ao investimento. Acho que a partir de agora, com um novo cenário, o impeachment vingando ou não, terá de ocorrer uma coalizão para governar. Precisamos de desenvolvimento, se tiver isso, o comércio, a indústria e o agronegócio crescem, o emprego estabiliza ou até cresce e a renda aumenta", avalia.

Olhando sob a ótica do mercado de capitais, o presidente do Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC), Paulo Angelo de Souza, afirma que "o setor já deu sinais que vai comemorar uma mudança de governo, de postura, a redução de risco político e provavelmente a recuperação da credibilidade no País".

Contudo, Souza lembra que a política fiscal brasileira está desequilibrada, sem planejamento estratégico para o desenvolvimento organizado. "Esperamos que isso mude, mas não é uma mudança de uma hora para outra. Envolve vontade política. Só o fato de sair o partido que está no poder não significa que a renda do brasileiro vai melhorar em nível de ampliar o mercado", disse.

"No mercado de capitais não falta dinheiro, tem investidor externo querendo colocar dinheiro no Brasil assim como fundos de private equity, mas não há confiança por parte das empresas. Acredito que a confiança, o investimento estrangeiro e a bolsa devem reagir positivamente caso se confirme o impeachment", destaca.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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