O grupo Alimentação, que desacelerou de 0,95% na terceira leitura de fevereiro para 0,77% na última quadrissemana do mês, foi o que mais contribuiu para a contração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), divulgada ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O indicador geral desacelerou 0,11 ponto porcentual nessa base de comparação. Na terceira quadrissemana, havia ficado em 1,08%. Na quarta quadrissemana e, portanto, no fechamento do mês de fevereiro, ficou em 0,97%. Em janeiro, o IPC-S havia registrado uma inflação e 1,73%.
Os itens com as maiores influências de baixa foram Passagem aérea (de -22,51% para -19,76%); Leite tipo longa vida (de -3,55% para -3,82%); Batata-inglesa (de -0,92% para -7,36%); Frango em pedaços (de -0,82% para -1,58%), e Protetores para a pele (de -2,29% para -1,64%).
Já os cinco itens com as maiores influências de alta foram Gasolina (de 5,09% para 8,35%); Refeições em bares e restaurantes (de 1,32% para 1,10%); Aluguel residencial (de 1,06% para 1,10%); Etanol (de 4,10% para 5,28%); e Automóvel novo (de 1,67% para 1,19%).
Dentre as cinco classes de despesas que registraram decréscimo em suas taxas de variação, a FGV também destacou o comportamento dos itens restaurantes, no grupo Alimentação, cuja taxa passou de 1,32% para 1,10%; tarifa de eletricidade residencial (2,88% para 1,09%), no grupo Habitação; cursos formais (1,81% para 0,05%), no grupo Educação, Leitura e Recreação; tarifa de telefone móvel (0,57% para 0,26%), no grupo Comunicação, e cigarros (2,33% para 1,84%), no grupo Despesas Diversas
Seleção - O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) apresentou alta de 0,73% em fevereiro, segundo o relatório apresentado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado foi inferior ao de janeiro, quando a variação havia sido de 0,79%. No mesmo período de comparação, o indicador cheio apurado pela instituição passou de uma taxa de inflação de 1,73%, no primeiro mês de 2015, para 0,97% no mês seguinte.
A medida de núcleo do IPC-S é calculada por médias aparadas com suavização, com a exclusão de 20% das maiores altas e de 20% das maiores quedas de preços dos itens coletados pela FGV. Em fevereiro, foram excluídos 38 dos 85 itens de expressão componentes do IPC-S. Destes 38 itens eliminados, 24 registraram variações abaixo de 0,28%, que foi a linha de corte inferior, e outros 14 apresentaram taxas acima de 1,10%, que foi a linha de corte superior.
Nos últimos 12 meses acumulados até fevereiro de 2015, o núcleo do IPC-S atingiu alta de 6,57%, o que representou aceleração ante a marca de 6,35% acumulada até janeiro. No mesmo período, o índice cheio também avançou. Atingiu variação positiva acumulada em 12 meses de 7,99% até fevereiro ante 7,66% no acumulado até janeiro.
"Já é um sinal concreto de curto prazo de que a complicação chegou", comentou o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti. "Já é um núcleo com uma taxa acumulada em 12 meses acima do teto da meta em fevereiro", acrescentou, referindo-se à meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o indicador oficial de inflação do País, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,5%, com tolerância de 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo.
Difusão - Segundo Picchetti, o indicador de difusão do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de fevereiro alcançou a marca de 69,12%. O resultado foi menor que o de 70,59% do fim de janeiro. Foi maior, no entanto, que o de 63,82% de fevereiro de 2014.
A medida do indicador de difusão representa o porcentual de preços de itens em alta do IPC-S, que é coordenado por Picchetti e abrange sete capitais do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. Em fevereiro de 2015, o índice geral da FGV apresentou taxa de 0,97% ante inflação de 1,73% em janeiro. No segundo mês de 2014, o IPC-S havia registrado taxa de inflação bem mais amena, de 0,66%.(AE)
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