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Valor Online ( Empresa ) - SP - Brasil - 18-08-2015 - 10:13 -   Notícia original Link para notícia
Varejo de produtos para bebês reduz investimentos



Por Cibelle Bouças | De São Paulo Empecilho é ter caixa suficiente para financiar a expansão: o giro de estoques está mais lento e exige mais recursos



O mercado de moda infantil, que representa 15% do setor de moda, apresentou nos últimos anos crescimento acima da média do varejo de confecção. Neste ano, o segmento cresce, impulsionado pelo aumento da população, mas não fica imune à tendência de retração do consumo no mercado brasileiro. Para se adaptar ao crescimento mais baixo, as redes de lojas de artigos para bebês Ri Happy Baby, Tip Top e Alô Bebê, reduziram seus planos de investimento em lojas próprias.


O Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), projeta para o segmento de moda infantil uma queda de 0,2% em volume no consumo aparente no país, para 1,61 bilhão de peças. Em receita, a previsão é de um crescimento nominal de 6,4%, chegando a R$ 21,6 bilhões.


"Todo mundo é afetado por esse momento econômico. No segmento de moda infantil, o plano de expansão das empresas sofre um impacto pequeno porque ainda existe muito mercado que não é atendido", afirmou Marcelo Prado, diretor do Iemi. Ele observou que o segmento ainda não possui redes com abrangência nacional e, por isso, têm oportunidade de crescer com vendas em regiões onde há pouca concorrência.


"O empecilho é ter caixa suficiente para financiar a expansão, sem afetar muito a margem de lucro, tendo em vista que o giro de estoques está mais lento e exige mais recurso disponível para financiar a operação", avaliou o diretor do Iemi.


Optar por investimentos mais modestos tem sido a tônica das empresas que atuam no segmento. A Ri Happy Brinquedos, controlada pelo fundo Carlyle e dona das varejistas Ri Happy e PBKids, trocou a abertura de lojas próprias Ri Happy Baby por "lojas dentro de lojas", para reduzir custos.


A companhia anunciou o projeto no fim de 2013, com plano de abrir 100 lojas em cinco anos, com investimento de R$ 200 milhões. Até agora, a companhia inaugurou 7 unidades nesse modelo. Em outubro, será aberta a oitava loja Ri Happy Baby.


Rodrigo Poço, diretor da Ri Happy Baby, disse que a companhia avaliou o projeto após um ano de abertura de lojas e decidiu incluir no plano a abertura de "lojas dentro de lojas" - um espaço de 80 a 100 metros quadrados dentro das lojas da Ri Happy onde são ofertados, além de brinquedos de primeira infância, roupas, produtos como mamadeiras, chupetas, carrinhos de bebê e outras linhas de puericultura.


"Esse projeto começou no início de 2015 e já foram abertas 17 lojas dentro de lojas. Até o fim do ano serão 22 unidades nesse modelo", afirmou Poço.


O diretor disse que planeja abrir 50 lojas dentro de lojas em cinco anos. Poço não divulga resultados de vendas da Ri Happy Baby, ele disse apenas que o mercado de produtos para bebês é um pouco mais resiliente do que o varejo no geral.


A TDB Têxtil, dona da marca Tip Top, também mudou o projeto de megalojas. A empresa abriu sua primeira megaloja em 2013, com investimento de R$ 3 milhões em uma unidade de 600 metros quadrados.


"Em 2014, com o cenário de eleições e desaceleração da economia, a companhia reestruturou o projeto, não dava para investir R$ 3 milhões em cada unidade nova", disse Ricardo Mendes, gerente de expansão da Tip Top. a rede reduziu o tamanho das lojas para 200 a 300 metros quadrados, e diminuiu o mix de produtos. O investimento baixou para R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão por unidade.


A Tip Top tinha como meta abrir 20 lojas neste ano, ante 14 no ano passado, entre megalojas e unidades tradicionais. Neste ano, a companhia abriu 4 megalojas e três unidades de 40 metros quadrados. Mendes espera abrir 14 ou 15 unidades em 2015, sendo seis megalojas. Atualmente a empresa possui 101 unidades, sendo 8 megalojas. As vendas, segundo o executivo, cresceram 6% no primeiro semestre em lojas abertas há mais de 12 meses. A previsão é manter esse ritmo de crescimento até o fim do ano. Em 2014, o crescimento era de 15%.


A Alô Bebê também relatou desaceleração no ritmo de expansão das vendas. No ano passado, as vendas da companhia cresceram 10%. No primeiro semestre deste ano, o aumento foi de 5%, disse Milton Bueno, diretor de marketing da Alô Bebê. "A companhia estava esperando um crescimento em torno de 10% neste ano, mas o cenário econômico acabou apresentando uma piora maior do que a esperada", disse o executivo.


Bueno disse que a Alô Bebê fez uma revisão nos gastos, desde abertura de lojas a prazos de pagamento a fornecedores, para reduzir custos. A companhia previa chegar a 30 lojas neste ano, mas agora prevê fechar 2015 com 27 unidades, com abertura de 4 lojas neste ano.


O segmento de moda infantil responde por mais da metade do mercado de produtos para crianças. A Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) prevê para o segmento de brinquedos crescimento de 15% neste ano em receita, para R$ 5,93 bilhões.


Palavras Chave Encontradas: Criança
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