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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 04-03-2015 - 09:19 -   Notícia original Link para notícia
Imóveis em Belo Horizonte reduzem trajetória de alta

No acumulado dos primeiros meses do ano, metro quadrado subiu 0,69%



O segmento sente os efeitos da economia desaquecida/Alisson J. Silva


Com um preço médio do metro quadrado de R$ 5.848, os imóveis de Belo Horizonte, estão desvalorizando neste início de ano, por conta da contabilização de reajustes menores do que a inflação. No acumulado dos dois primeiros meses do exercício, a elevação do metro quadrado na capital mineira foi de apenas 0,69%, bem menor que os 2,32% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme mostra o Índice Fipezap, pesquisa divulgada ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Na comparação com outros indicadores acumulados do ano, até fevereiro, essa é a menor valorização desde 2010, início da série histórica. Levando em conta apenas o mês de fevereiro, a elevação foi de 0,26% e no acumulado de 12 meses, de 8,45%.

O economista da Fipe, Raone Costa, explica que o desaquecimento da construção civil não é uma exclusividade de Belo Horizonte. Outras capitais também apresentam valorizações bem abaixo das verificadas nos anos anteriores e, em nove dentre 20, houve queda real dos preços em fevereiro frente ao mês anterior. "Todas as capitais estão perdendo para a inflação, chegando a casos mais drásticos de retração dos preços", afirma.

Na média nacional, o preço do metro quadrado está cotado em R$ 7.482. A alta em fevereiro frente ao mês anterior no país foi de apenas 0,17%. No acumulado do ano foi de 0,55% e em 12 meses, 5,87%.

A primeira justificativa para a baixa taxa de crescimento é o mau momento econômico. Ou seja, se as pessoas não estão capitalizadas para adquirirem um imóvel, a tendência é que isso reflita nos preços. Além disso, alguns movimentos recentes, como o aumento da taxa de juros e uma piora nas taxas de desemprego agravam essa situação.

Outra explicação para o momento vivido pelo setor é uma acomodação normal dos preços. Isso porque depois do boom imobiliário iniciado em 2009, quando os imóveis passaram a ser vendidos em grandes proporções, a valorização foi constante. O problema é que os apartamentos chegaram a um preço limite uma vez que a renda não acompanhou a mesma alta. Agora, o mercado está em um período de estabilização, segundo Costa.


Confiança - O presidente da Câmara da Indústria da Construção Civil da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos, atribui o momento também a uma falta de confiança tanto dos consumidores quanto dos empresários. Se de um lado os clientes temem se endividar em um momento de dúvidas quanto ao cenário econômico, de outro os construtores fogem de realizar grandes investimentos, uma vez que os projetos não estão sendo vendidos na mesma velocidade. "O que o mercado faz é reduzir a oferta. Com o tempo chegamos a um meio-termo", afirma.

Camargos explica que o grande problema para os construtores é o fato de o custo de produção não ter se acomodado. Os reajustes de mão de obra e materiais têm sido bem superiores à inflação e não podem ser repassados para o consumidor, senão as unidades ficam encalhadas. "O que o mercado já viu é que não tem muito como fugir. Para que produzir mais se não tem demanda?", questiona.



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