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Jornal Tudo Online ( Notícias ) - MG - Brasil - 10-05-2017 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Terceira exposição individual de Rafael Ludicanti, traz cerca de 50 obras dos deuses Afrodite e Dionísio

Terceira exposição individual de Rafael Ludicanti, traz cerca de 50 obras dos deuses Afrodite e Dionísio

No dia 11 de maio, o artista Rafael Ludicanti inaugura, no Atelier Amarelo, no tradicional bairro Santa Tereza, em BH, a exposição Afrodites, sua primeira mostra individual totalmente independente. Ao todo serão expostas cerca de 50 obras em técnica de pastel seco que retratam os deuses Afrodite e Dionísio, além de diversas personalidades e alteridades produzidas nos últimos meses. Os trabalhos de Rafael são permeados de beleza, sensualidade e elegância. A série "Afrodites" ficará aberta à visitação até 11 de junho. Essa é a terceira exposição individual de Rafael Ludicanti, que já realizou mostras de pinturas e desenhos na galeria do Banco do Brasil, em 2014, e no - , em 2015.

Extremamente romântico, amoroso, galanteador e racional, além de apaixonado pela cultura mediterrânea, berço da arte mais suave e alto astral que existe, na opinião do artista, Rafael não poderia ter escolhido, entre todos os deuses, essa divindade responsável pela perpetuação da vida, do prazer e da alegria para dar título à exposição. Além da paixão pela imagem do belo, que é o que Rafael sempre buscou na arte, a série Afrodites demonstra a fragilidade humana e a afeição que sustenta a vida social.

"De fato sou apaixonado pela cultura e arte gregas. Por alguma razão minha própria paixão pela filosofia me levou a ler os originais gregos em grande quantidade e tenho um conhecimento profundo sobre esses temas, que estão muito enraizados em mim. Para os gregos, o amor tinha que ser digno, e Afrodite garantia a nobreza dos sentimentos. No entanto, com a evolução do mito, a deusa passou a simbolizar não apenas o amor puro, mas o amor passional, a paixão desenfreada e perniciosa, a loucura das emoções. Dessa forma, algumas pinturas trazem Afrodites com olhares lascivos, intempestivos e impiedosos. É somente por meio de Afrodite que os outros deuses se manifestam e deixam de serem simples abstrações teológicas. Se o mundo é tão belo, por que não aguçarmos nossa percepção? Perceber é o modo de conhecer o mundo e Afrodite nos revela a nudez das coisas, a fim de nos mostrar a sua imaginação sedutora", diz Ludicanti.

Os visitantes poderão apreciar as mais variadas versões de Afrodites e Dionísios em tons vibrantes retratados por Rafael com muita originalidade e excentricidade e, ao mesmo tempo, descaso pela Academia. As Afrodites, inspiradas na deusa da beleza, do amor e da sexualidade, têm feições delicadas, cabelos exuberantes e, muitas vezes, olhares eróticos e desconcertantes, brilhantes e opulentos, lânguidos e misteriosos. Os Dionísios, inspirados no do deus do entusiasmo e da embriaguez, estado em que se fica ao contemplar Afrodite, aparecem sempre jovens, exibindo madeixas encaracoladas ou lisas; loiras, negras ou ruivas e olhares risonhos e festivos, selvagens e entorpecidos, insanos e irracionais.

"Sempre fui aficcionado por Dionísio, pois, mesmo pertencendo a um panteão clássico dos gregos e representando, portanto, a arte clássica, e por ter uma personalidade tão excêntrica e a paixão pelo vinho, que o torna imprevisível, acaba também por representar toda a variedade de expressões artísticas que podemos encontrar no Barroco por exemplo. Sou fascinado por personagens boêmios como Dionísio e admiro artistas que se identificam com esse perfil. Ele é o deus das relações humanas mais profundas e complexas e detentor de personalidade muito forte, misteriosa e absurdamente interessante", conta Rafael.

As obras apresentam uma atmosfera que remete às pinturas de Modigliani e dos grandes mestres da Renascença, especialmente Botticelli e Giotto, muito admirados por Rafael por serem artistas completos. Assim como no Renascimento, o espírito clássico e a perspectiva, esta última introduzida por Giotto, considerado o precursor da pintura renascentista, são traços visíveis na obra de Ludicanti, proporcionando às deidades Afrodite e Dionísio uma aparência de seres humanos comuns, assim como Giotto identificava a figura dos santos em suas obras. A leveza dos corpos esguios que parecem flutuar nas obras de Rafael, expressando suavidade e graça, também remetem ao clima dos trabalhos do pintor florentino Botticelli. Já as cores vivas podem ser associadas à Ticiano, o maior pintor da escola veneziana. Suas obras têm um grande apego à vida e à beleza feminina.

Outro marco peculiar nos trabalhos de Rafael Ludicanti é a sua paixão pelo Período Rosa de Pablo Picasso (1904-1906), uma das maiores influências artísticas do século XX. "Gosto também de acreditar que a Fase Rosa de Picasso me inspirou a criar essa série. Isso pode ser notado nas feições delicadas das Afrodites. Depois de tempos sem pintar por razões que não sei explicar tenho vivido um momento muito recluso atualmente, me preservando de mim mesmo, pois me tornei uma pessoa extremamente selvagem. Eu transito entre altos e baixos catastróficos e só me acalmo na solidão", revela o artista.

Nas obras A Nadadora Amadora, Francesca, Tipo Exclusivo de Elegância, A Inexplicável Existência Humana, Como Ela é Formosa! e Estudo Para Flautas, os tons rosados e o vermelho carmim que colore o fundo de algumas das telas, também encontrados nas indumentárias, na cor da pele, cabelos e maquiagem dos personagens remetem ao clima das obras do pintor espanhol nessa fase. Cores vibrantes como o roxo, o laranja, o verde e o azul também exaltam a beleza das obras de Ludicanti, criando ambientes mais alegres, suaves, ternos e de grande lirismo, que também foram características marcantes na fase rosa de Picasso, bem como a ênfase no uso do traço e contorno.






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