Uma frase do gerente de Tecnologia e Inovação da CDLCDL/BH, Marcelo Costa, resume bem o impacto da internet nos hábitos de  consumo e a necessidade vital de inovação nos negócios dos lojistas. "O mercado inicial é a busca do Google", diz ele. Isso vale para todo mundo.

De fato, não há como escapar do comércio digital.  A disseminação da tecnologia vem transformando a dinâmica social, refletindo também nos hábitos de consumo. Os mineiros estão cada vez mais conectados, com uma infinidade de possibilidades de compras na palma da mão. Não é pra menos, hoje, temos mais celulares do que pessoas no estado. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações, Minas tem 21,71 milhões de linhas móveis em operação, frente a uma população de 21,16 milhões de habitantes.

E as pessoas estão se rendendo às compras online, principalmente pelos smartphones. De acordo com um estudo realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em junho deste ano, 86% dos consumidores conectados fizeram ao menos uma compra em lojas online nos 12 meses que antecederam a pesquisa. Ainda segundo as entidades, 61% dos internautas fizeram alguma compra usando aplicativos de lojas. Para 52% desses consumidores, a facilidade de acesso é o que mais estimula a comprar via app. O preço também é o motivo de 41% dos entrevistados optarem por compras online.

Para o gerente de Tecnologia e Inovação da CDLCDL/BH, os empresários devem estar atentos às mudanças de hábitos dos clientes. "Essas transformações são muito rápidas. Temos uma mudança de gerações de consumidores. A geração Z tem um perfil de consumidor muito digital, online, que pesquisa bastante as informações daquilo que deseja na internet, sobre os produtos e também sobre as marcas", afirma Marcelo Costa.

O gerente ainda destaca que, para além das compras realizadas digitalmente, o acesso às internet influencia na experiência dos consumidores mesmo antes de ir às compras. "Ao pesquisar aquilo que deseja, o consumidor vai recorrer, primeiro, ao mundo digital. E se o empresário não faz o básico, que é cadastrar seu negócio no Google, que é gratuito e o localiza dentro desse universo, está fadado a morrer", alerta Costa. "Porque não vai ser nem lembrado e fica dependendo só do fluxo de pessoas que passam pelas ruas, que tem caído. O mercado inicial é a busca do Google".

As redes sociais também têm ganhado protagonismo no comércio online. 33% dos entrevistados afirmaram ter adquirido produtos e serviços por meios como Facebook, Instagram e Whatsapp. Também estão cada vez mais populares os aplicativos de delivery. 66% dos entrevistados que afirmaram conhecer esses serviços já compraram pelos apps, sendo que 90% encomendaram comida por esses serviços.

Apesar das mudanças nos hábitos de consumo, o gerente de tecnologia da CDLCDL, afirma que o comércio de rua não deve desaparecer. "O online não vai matar o físico. Um é extremamente dependente do outro". No entanto, para isso, o empresário deve se valer da tecnologia como ferramenta para se destacar no mercado. Para ele, o mais importante é que se entenda o perfil do cliente.