Mudança no algoritmo favorece itens vendidos diretamente pela gigante, diz WSJO Globo17 Sep

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Mudança suspeita. A Amazon vende diretamente no site dez mil produtos

AAmazon modificou seu sistema de busca de produtos para destacar itens mais lucrativos para a empresa - uma ação contestada internamente que pode favorecer os produtos vendidos diretamente pela gigante do e-commerce (mais de dez mil itens), revelou o Wall Street Journal. Depois da publicação da reportagem, as ações da companhia fecharam em baixa de 1,71%, a US$ 1.807.

Segundo o WSJ, após um debate interno no fim do ano passado, a Amazon mudou seu algoritmo secreto que classifica os resultados de pesquisa, a fim de destacar os produtos mais rentáveis, em vez de mostrar aos clientes os itens mais relevantes e mais vendidos quando eles pesquisam -como vinha fazendo há mais de uma década.

O ajuste, que a maior varejista on-line do mundo não divulgou, ocorreu depois de uma batalha de um ano entre executivos que dirigem os negócios de varejo da Amazon em Seattle e a equipe de busca da empresa, apelidada de A9, em Palo Alto, Califórnia, que se opôs à mudança.

Em comunicado por email, a porta-voz da Amazon, Angie Newman, disse ao Wall Street Journal que a Amazon há muito considera a lucratividade a longo prazo, mas que não tomou decisões baseadas apenas nessa métrica.

Qualquer alteração no sistema de pesquisa da Amazon tem amplas implicações, porque as classificações podem levar ao crescimento das vendas de um produto ou quebrá-lo. A barra de pesquisa do site é a mais usada pelos consumidores para encontrar produtos, e a maioria das compras vem da primeira pá- gina dos resultados de busca, de acordo com a empresa de análise de marketing Jumpshot.

EUA E UE INVESTIGAM

A questão é particularmente sensível porque reguladores dos EUA e da União Europeia estão investigando o duplo papel da Amazon - como operadora de mercado e como vendedora de produtos. Um algoritmo voltado para a lucratividade pode direcionar os clientes a milhares de produtos vendidos diretamente pela Amazon, que oferecem margens de lucro maiores do que os itens comercializados por terceiros no marketplace da gigante.