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Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 16-09-2019 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Busca do comércio por tecnologia e inovação atravessa séculos em BH

Dos réis aos reais, espaço Ponto Cultural, na sede da , apresenta curiosidades sobre a origem da primeira cidade planejada do país
Queila Ariadne

A história de Belo Horizonte começa no século XVIII, com a fundação do Arraial Curral del Rei, em 1701. Mas foi só no fim do século seguinte, em 1890, que a movimentação política trouxe a necessidade de se criar a capital. Sete anos depois, nascia a primeira cidade planejada do Brasil. Desde então, comércio e serviços foram crescendo junto com a população e ajudando a cidade a crescer também. De lá até os dias de hoje - quando os setores respondem por 72% do PIB do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, foram muitos capítulos de uma jornada de tecnologia e desenvolvimento, que pode ser conhecida em detalhes em um memorial na região central de Belo Horizonte: o Ponto Cultural .

O espaço faz parte das comemorações sexagenárias da de Belo Horizonte, que nasceu como um clube de comerciantes em 1960. "No ano que vem, a fará 60 anos e esse é um presente para a cidade. Traz uma linha do tempo desde quando ela foi planejada até os dias atuais, mostrando fatos marcantes e como eles influenciaram o comércio", explica o presidente da entidade, .

Além de marcos históricos como a data de criação do Mercado Central, a primeira viagem do metrô e a inauguração do conjunto arquitetônico da Pampulha, o Ponto Cultural traz informações de como a Segunda Guerra Mundial influenciou o comércio. Em 1942, navios brasileiros foram atacados por alemães e os Brasil se posicionou contra os países do Eixo (Itália, Alemanha e Japão).

De família italiana, o empresário conta que houve uma retaliação muito grande contra as colônias italianas e alemãs, com tentativas de incendiar lojas estrangeiras. Quase atacaram a Casa Falci, mas empunhando bandeiras brasileiras, amigos impediram o ataque. "Na época, vendíamos dinamite e, se houvesse um incêndio, destruiria o quarteirão inteiro", revela o depoimento de Bruno, que pode ser visto na exposição do Ponto Cultural.

Copo Lagoinha

Por trás de vitrines estilizadas, cenários conceituais foram construídos para transportar o visitante para as origens belo-horizontinas, quando os migrantes chegaram à capital mineira, quando a rua da Bahia começou se destacar como zona boêmia, quando a região da Lagoinha virou uma referência tão forte de bares que até deu nome a um copo.

Embaixo de cada vitrine, uma espécie de gaveta guarda uma surpresa: poemas escritos por Guilherme Lessa, especialmente para retratar os momentos da cidade e do comércio. "A cidade tem nove regiões, centenas de bairros, milhares de ruas (...) Os comerciantes de móveis concentram-se em uma avenida e os de comerciantes de autopeças em outra. Os comerciantes de tecido concentram-se em um bairro e numa esquina qualquer, três ou quatro lanchonetes dividem a fome dos transeuntes", diz um dos poemas, escrito para contar como foram sendo criados os corredores especializados como o Barro Preto e as avenidas Silviano Brandão e Pedro II.

Os casos são muitos, mas não serão únicos na costura dessa história relatada nas paredes do espaço cultural, que ainda reserva a oportunidade de ver de perto como tudo mudou, desde charmosas máquinas registradoras usadas pelos comerciantes em 1911 até exemplares de cédulas e moedas que contam as mudanças financeiras desde o tempo dos réis, usados no século XVI.

"Essa máquina era o computador daquela época, registrava até o fiado. Você tem também as moedas, máquinas de calcular, anotações feitas a mão que, depois, passaram a ser notas. É a evolução toda até a maquininha de trocar preços no período da hiperinflação. Essa era a tecnologia disponível naquele tempo e tentamos mostrar como o comércio sempre procurou se inovar, melhorando atendimento e gestão", destaca Silva.

Saiba mais sobre o Ponto Cultural

O que é. Espaço que conta a história de BH, a partir do desenvolvimento do comércio. Faz parte do Projeto Conecta, que reúne noções de passado, presente e futuro, resgatando a memória e destacando a inovação.

Onde fica. Na sede da -BH, avenida João Pinheiro, 495, Boa Viagem

Horário. De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h

Entrada: gratuita

Informações: (31) 3249-1907

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Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL, Marcelo de Souza e Silva
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