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G1 ( Triângulo Mineiro ) - RJ - Brasil - 25-08-2019 - 11:20 -   Notícia original Link para notícia
Inadimplência é mais um obstáculo para comércio em Uberlândia, apontam profissionais da área

Segundo , cresceu o número de devedores no primeiro semestre de 2019 se comparado com mesmo período de 2018. O G1 ouviu economista e um empresário local.




aponta que cresceu o número de devedores no comércio de Uberlândia (fotos: TV Globo/Reprodução)


Já prejudicados pelos índices de violência, pelos reflexos da crise econômica que atinge o país e também pelo desaquecimento nas vendas, os comerciantes de Uberlândia têm que conviver com outro problema: a inadimplência.

Dados da () apontaram que houve aumento do índice na comparação do primeiro semestre de 2019 com mesmo período de 2018.

O acréscimo, embora tenha sido de 2%, é um indicador negativo e termômetro de como o varejo ainda "engatinha" na cidade. O G1 solicitou números registrados de inadimplentes, mas dados não foram fornecidos.

Quem explica o resultado é a gerente de Relacionamento e Negócios da , Renata Barbosa.

"É um crescimento pequeno, mas que nos preocupa, pois é sinal de estagnação no comércio e reflexo do aumento de desemprego. Paradoxalmente, podemos afirmar que o número só não é maior porque, sem poder de compra e com nome sujo, os consumidores não conseguem tomar mais crédito, o que curiosamente evita nova inadimplência".

Segundo ela, também há a questão do aumento do rigor dos lojistas na oferta do crédito. "A confiança diminui, o empresário aumenta os critérios para oferecer venda a prazo, condições e descontos. Com isso, as vendas diminuem. Todos saem perdendo", acrescentou.

De acordo com o economista Sérgio Martins, a inadimplência do consumidor, que tanto atrapalha o comércio, está atrelada a fatores ligados ao recente empobrecimento da população, o que na prática significa a diminuição da renda e do poder de compra.

"O desemprego está em alta. A economia segue estagnada sem sinais muito claros de melhora. Com menos recursos, a pessoa dá preferência para pagar as dívidas mais urgentes, como impostos e prioridades como saúde e moradia. Com isso, o varejo acaba sendo afetado".

Segundo ele, a questão tributária e a alta taxa de juros são fatores que seguem assombrando a retomada econômica, principalmente em uma cidade que depende muito do setor de serviços e comércio, como Uberlândia.

"É um ciclo sem fim. O consumidor está atolado em impostos e devendo juros de banco. Ele acaba optando por quitar estes débitos e não sobra dinheiro para gastar no comércio. E, quando sobra, ele faz dívidas inconsequentes que não consegue cumprir", disse.

O proprietário da Eletromac, com quatro lojas na cidade, Marcelo Espíndola, disse que o maior problema que tem com inadimplência está nas vendas por boletos. "O cliente paga o primeiro mês e depois simplesmente some. Então, perdemos a margem de lucro e precisamos repassar para outros produtos, o que também atrapalha as vendas. Todos perdem", disse.

O comerciante lamenta que tenha que conviver com este problema, que se soma a outras dificuldades que os lojistas já enfrentam, como alta carga tributária e violência.

"Nosso custo aumenta em todas as pontas. Gastamos a mais com impostos, com estrutura para segurança e ainda temos que lidar com a falta de pagamento", completou.

Segundo dados divulgados no dia 31 de julho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego no Brasil atingiu 12,8 milhões de pessoas.

Em Uberlândia, balanço do Caged apontou que o mês de julho registrou 9.436 admissões e 8.698 desligamentos, gerando saldo de 738 vagas. Os números demonstram recuperação em relação ao mês anterior, quando foram 7.688 contratações e 8.046 desligamentos, com saldo negativo de -358.

No entanto, o economista pede cautela. "Ainda que tenhamos uma melhora e queda no nível de desemprego, estaríamos por enquanto falando de um 'voo de galinha'. Não há no curto prazo perspectiva de melhora significativa no cenário econômico", finalizou Sérgio Martins.

O programa Papo G1 mostra que comerciantes estão enfrentando um desaquecimento nas vendas. Veja entrevista de entidades que falam sobre o assunto.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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