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DCI - Online ( Negócios ) - SP - Brasil - 07-08-2019 - 05:00 -   Notícia original Link para notícia
Setor avalia plano de vendas externas para diminuir dependência argentina

Crise no país vizinho impactou os negócios das montadoras brasileiras, que almejam melhorar competitividade para conseguir expandir participação em outros mercados nos próximos anos
As montadoras de automóveis estão elaborando um plano setorial de exportações para abrir novos mercados e diminuir a dependência do mercado argentino, que enfrenta grave crise e reduziu o volume de compras.

"Discutimos um plano de exportação para os próximos anos para trazer previsibilidade e um horizonte de planejamento. A indústria quer buscar outros mercados e não ficar dependente da Argentina", declarou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (6).

Dados da entidade mostram que a indústria automotiva brasileira tem 87,9% de participação de mercado no Brasil e 63,1% na Argentina. Nos demais países e regiões, as participações mais relevantes são na América Latina (excluindo México, Argentina e Brasil), com 9,2% e no México, com 5,8%.

O dirigente explicou que aumentar a presença brasileira em outros mercados é difícil por conta da competitividade. "Um exemplo prático real do custo Brasil é o crédito de ICMS [imposto sobre circulação de mercadorias e serviços] acumulado pelos exportadores que ficam retidos". De acordo com a Anfavea, a cada R$ 100 milhões acumulados, as empresas perdem cerca de 20%.

Moraes disse que o pagamento dos créditos retidos está sendo discutido com os governos estaduais. "Estamos dialogando, sempre levando em conta a situação fiscal difícil dos estados, para que tenhamos um cronograma de liberação parcial."

Ele também contou que a entidade conversa com o ministério da Economia para elevar o percentual de ressarcimento tributário para exportação (Reintegra). "Trabalhamos considerando o déficit fiscal do Estado, verificando o que é possível. Entendemos que também é interesse do governo estimular uma retomada econômica por meio do crescimento das exportações."

Moraes destacou que, caso a reforma da Tributária elimine resíduos como a retenção de créditos do ICMS, o Reintengra deixa de ser necessário. "O novo sistema tributário não pode ter essa distorção que não existe em outro lugar do mundo."

A expectativa da entidade é que o plano seja apresentado no próximo ano. Para 2019, a estimativa é de queda de 28,5% nas exportações de veículos. Em julho, foi registado crescimento de 4,2% nos embarques sobre junho. "Tivemos um crescimento na Colômbia e no México, mas ainda são mercados pequenos. Não compensa a Argentina", ressaltou o dirigente. A queda acumulada das exportações de janeiro a julho é de 38,4%.

Balanço

A produção de veículos automotores cresceu 8,4% em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado, totalizando 266,4 mil unidades. A informação foi divulgada nesta terça-feira (6) pela Anfavea. No acumulado de janeiro até julho, a produção de veículos cresceu 3,6% e atingiu 1,74 milhão de unidades.

As vendas totais de veículos no mercado interno cresceram 12% em relação a julho de 2018. No mês passado, foram emplacadas 243,6 mil unidades. Com o resultado, as vendas acumulam no ano uma alta de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado, com 1,55 milhão de unidades emplacadas.

O segmento de caminhões apresentou crescimento acumulado de 13,5% na produção e 44,3% nas vendas. Já as exportações tiveram queda expressiva de 54,6% no período.

As vendas de máquinas agrícolas caíram 17,2% no mercado interno na comparação com julho do ano passado. No acumulado do ano a queda foi de 3,4%. Porém, as exportações cresceram 18,1% na comparação anual e 1,3% no acumulado dos primeiros sete meses de 2019.


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