Após queda da confiança no 1º trimestre do ano, os comerciantes de Belo Horizonte estão mais otimistas em relação à economia brasileira e às próprias finanças como aponta o Indicador de Confiança do Empresário (ICE). O índice divulgado ontem pela Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL/BH) registrou crescimento de 7,7 pontos no 2° trimestre de 2019 e alcançou os 69,6 pontos, maior percentual do indicador na série histórica.

A melhora gradual do ambiente econômico em relação aos últimos trimestres e boas expectativas para os próximos meses de 2019 contribuíram para a elevação da confiança do empresariado da Capital na avaliação da economista da CDLCDL/BH, Ana Paula Bastos.

"A aprovação da reforma da Previdência no primeiro turno, a queda da taxa de juros, a inflação sob controle, a desaceleração da taxa de desemprego e a possibilidade da emenda da desburocratização criam uma conjuntura na qual os empresários se sentem mais seguros para investir", afirma.

Mesmo com um crescimento menor em relação ao 1º trimestre do ano, os proprietários das médias e grandes empresas (de 50 a 99 empregados) são os mais otimistas com o futuro da economia interna do País com 70,1 pontos. Na sequência aparecem os pequenos empresários (de 10 a 49 empregados) com 69,1 pontos, e as microempresas (até nove empregados), com 68,9 pontos.

O indicador que reflete a percepção dos empresários quanto às condições atuais da economia brasileira cresceu 9,9 pontos e passou de 40,4 pontos no 1º trimestre para 50,3 pontos no 2º trimestre de 2019. Esse também é o maior índice da série histórica e é a primeira vez que o indicador ultrapassa o nível neutro dos 50 pontos, com resultado positivo.

Depois de uma sequência de resultados abaixo do esperado, com crescimento pequeno no final de 2018, Ana Paula Bastos destaca que o empresário agora enxerga um cenário melhor.

"As conturbações políticas que contaminaram a economia no início do ano ajudaram a diminuir a confiança. A possibilidade de injeção de capital extra na economia com FGTS e o contexto econômico melhor faz com que os empresários vejam um ambiente de negócios mais saudável", explica.

Em relação às finanças de seu negócio nos últimos seis meses, o indicador chegou aos 59 pontos, ficando 10,8 pontos acima do registrado no 1º trimestre. Quanto ao cenário econômico do País, o resultado foi o maior já alcançado por este subindicador, atingindo 41,5 pontos.

Expectativas - Para os próximos seis meses, o levantamento da CDLCDL/BH mostra que a expectativa geral dos empresários sobre o cenário econômico e às finanças da empresa registrou 84,2 pontos no 2º trimestre de 2019. O resultado é 6,2 pontos percentuais acima do índice de 78 pontos registrado no 1º trimestre do ano.

As perspectivas dos empresários em relação às finanças de seu próprio negócio para os próximos seis meses também registrou melhora e passou de 80,6 pontos no 1º trimestre para 83,4 pontos no 2º. Já o indicador da expectativa dos empresários quanto ao cenário econômico brasileiro para os próximos seis meses subiu de 75,4 pontos para 84,9 pontos no mesmo período de comparação.

"Esse resultado reflete, principalmente, a expectativa da aprovação da reforma tributária e de que sejam adotadas políticas econômicas que possam alavancar o crescimento para 2019 ou para 2020", conclui Ana Paula Bastos. (Reuters)