A direção do PSL em BH ainda está buscando um candidato para disputar a prefeitura da cidade, mas já decidiu que irá submeter a escolha ao aval de Bolsonaro. O partido quer o apoio e engajamento do presidente na campanha de 2020 na capital. A estratégia é atrelar o prefeiturável ao presidente. Ou seja, usar Bolsonaro como o principal cabo eleitoral do candidato. A avaliação interna é que essa associação pode dar força e visibilidade à campanha.

A sigla já está à caça de nomes; faz contatos com entidades de classe em busca de um candidato com perfil empresarial segundo revelaram membros ao site Os Novos Inconfidentes. Chegou a circular no partido, entre a militância jovem, o nome do deputado Brune Engler. Mas, o parlamentar enfrenta resistências internas por ser considerado jovem e imaturo para a missão: ele tem 21 anos.

Pesquisa encomendada pela CDLCDL-BH mostra que atualmente Bolsonaro é bem avaliado por 24% dos belo-horizontinos. Se o PSL conseguir atrair o voto grosso desses eleitores bosonaristas, pode levar o seu candidato a uma posição de destaque na disputa, quiçá ao segundo turno - se houver um. Aliás, a eleição do ano que vem vai testar a capacidade de transferência de votos de Bolsonaro. Que pode ser elevada: seus eleitores parecem convictos, inabaláveis no apoio ao presidente.

Por outro lado, o próprio Bolsonaro já indicou que dará total apoio aos candidatos do seu grupo político nas eleições do ano que vem, em todo país. O objetivo é dar capilaridade ao PSL e eventualmente a partidos aliados no interior e capitais. O presidente quer eleger muitos prefeitos e vereadores para consolidar seu poder no país.

O PSL tem a maior cota de recursos nos fundos partidário e eleitoral e também o maior tempo de propaganda gratuita na TV. A agremiação, outrora nanica, ao menos em Minas, tenta se estruturar para possuir uma arquitetura política similar à do MDB ou PT, maiores partidos do Brasil.

Por: Marcelo Gomes

Marcelo Gomes é jornalista em formação pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH). Apaixonado por política, não vê outra possibilidade de mudança social a não ser por ela. Já trabalhou em rádio e escreve para portais e revistas. Tem experiência em processos legislativos e em questões econômicas. [ Ver todas as publicações ]