De qualquer ângulo que se analise a nova rodada da pesquisa CDLCDL-BH de opinião pública, a conclusão é a mesma: a popularidade de Kalil está em queda na capital. No levantamento deste mês, feito pelo Instituto Quaest, a avaliação positiva do prefeito marcou 49% contra 54% em maio; um recuo de cinco pontos, os quais migraram para a nota regular. Também caiu de 44% para 41% o contingente dos que veem a cidade melhorando. Os índices de Kalil retrocederam em todas as faixas de escolaridade e renda. É uma queda pequena, mas generalizada. O que pode sinalizar uma tendência.

Quem mais abandona o prefeito é o eleitor de esquerda. Nesse segmento o prefeito desabou onze pontos: saiu de 61% para 50% em pouco mais de um mês. Foi a queda mais forte em sua avaliação positiva. Vale destacar que as mil entrevistas da nova pesquisa CDLCDL-BH foram feitas no início de julho, antes da Parada LGBT e da Virada Cultural. Portanto, o levantamento não captou o efeito desses dois eventos, que trouxeram desgastes para o prefeito na comunidade cristã, tanto evangélica como católica, mas podem ter agradado os defensores da diversidade de cultura e gênero, uma bandeira cara aos eleitores de esquerda.

Não dá para dizer que os dados colhidos pelo Quaest indicam uma inflexão na popularidade de Kalil. Pode ser que a baixa de julho seja uma oscilação pontual e fique por aí. Vamos ter que aguardar a próxima rodada para verificar se a queda de avaliação é a nova tendência na opinião pública ou só uma oscilação passageira. De todo modo, a pesquisa não deve tirar o sono do prefeito.

Kalil ainda tem muita gordura para queimar, ou pontos para perder, antes de se preocupar seriamente com sua popularidade. Os seus 49% de nota positiva, embora encolhidos, são mais de quatro vezes superiores aos 11% de avaliação negativa. Ou seja, para quatro cidadãos de BH que gostam do prefeito, apenas um desgosta. Os demais nem amam nem rejeitam. Kalil está caindo um pouco das alturas. Talvez até lhe faça bem.