A maioria achou que ela é urgente e necessária porque, se não for feita, vai faltar dinheiro para pagar as aposentadorias no futuro.

Pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas e do SPC Brasil apontou que 70% dos brasileiros apoiam a reforma da Previdência. A maioria achou que ela é urgente e necessária porque, se não for feita, vai faltar dinheiro para pagar as aposentadorias no futuro.

Os entrevistados reconheceram a existência de situações que implicam em gastos injustos da Previdência. O aumento da contribuição de quem recebe salários maiores foi defendido por 49% deles. Outros 40% acharam que deve haver a equiparação entre trabalhadores do setor público e privado. Já 32% foram contra o acúmulo de benefícios. E 28% foram a favor da idade mínima.

Essa consciência veio lá do governo Temer, por meio do discurso do ex-ministro Henrique Meirelles. Com Bolsonaro, essa posição foi engrossada pelo ministro Paulo Guedes, que enfatizou, além da urgência de um acerto nas contas públicas, a necessidade de acabar com as aposentadorias privilegiadas.

Aos poucos, a sociedade foi compreendendo a conveniência de uma mudança. O regime de aposentadoria custeado pela União e Estados caminhava para a falência nos próximos anos. Um leitor chamou a atenção, neste jornal, para a importância das manifestações de rua, que demonstravam que a reforma, ao contrário do que propagavam seus opositores, se tornara, aos poucos, popular.

Os deputados, tendo à frente o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reagiram a essa marcha, com a exceção dos da oposição (salvo alguns, agora ameaçados de expulsão), que não se aperceberam de que a posição da sociedade tinha mudado. Foi um grave erro.

A esquerda não fez as reformas quando teve a oportunidade de fazê-las. E agora - como, aliás, sempre fez - perde novamente a chance de se colocar a favor do progresso, assumindo uma posição reacionária. Pior, ainda tenta destruir a reforma nos destaques, defendendo corporações, como a dos policiais.