Modelos representam 80% do total exportado para os Estados Unidos

Elegante e versátil, o sapato de couro é um item fundamental no closet de qualquer pessoa. Útil no cotidiano do trabalho ou em ocasiões formais, esse ti pode calçado pode cair bem até com roupas despojadas e garantir mais estilo a quem o usa. Além da questão estética, um sapato de couro legítimo é garantia de vida longa e de conforto para os pés. Não por acaso, 20% do total de calçados produzidos no país utilizam este tipo de material.

DEPOSITPHOTOSPreferidos. Brasil produziu 944 milhões de pares de sapatos no ano passado, 20% deles feitos de couro

O dado é da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), com 196 associadas, que representam 70% da produção nacional. Em 2018, as empresas

brasileiras exportaram US$ 976 milhões (cerca de R$ 3,9 bilhões) em calçados, principalmente para os Estados Unidos, Argentina e Bolívia. Hoje existem 6,6 mil fábricas no país, que faturaram R$ 20 bilhões no ano passado, quando foram produzidos 944 milhões de pares. Os calçados de couro representam 80% do total exportado para os Estados Unidos.

Os dezpol os calçadistas brasileiros estão localizados nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste: Birigui, Franca e Jaú (SP), Juazeiro do Norte (CE); Nova Serrana (MG); e Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Santa Rita (RS). O polo gaúcho é que mais produz para o exterior, com 43,7% de participação nas exportações brasileiras.

É do Rio Grande do Sula Calçados Gonçalves, criada em 2006 no município de Rolante, com cerca de R$ 50 mil de investimento inicial. A empresa começou prestando serviços para terceiros e, 18 meses depois, passou a contar com produção própria. Hoje, a marca fabrica 6 mil pares por dia, entre botas, sapatos, sapatilhas e sandálias, produzidos sob demanda para o mercado interno e para exportação: França, Estados Unidos e Inglaterra. Além da fábrica no Sul, a empresa tem uma unidade em Canindé, no Ceará, que responde por 40% da produção.

Uma bota de couro de cano curto é vendida a US$ 28 (mercado externo) e entre R$ 109 a 120 (interno). Os scarpins femininos são os campeões de venda, respondendo por 25% dos pedidos, e custam, respectivamente, US$ 18 e R$ 70. No ano passado, a Calçados Gonçalves faturou R$ 75 milhões e, neste ano, vem registrando receita mensalentreR$7e8milhões.

Segundo o sócio Ademir Gomes Gonçalves, a empresa vem crescendo entre 5% e 8% nos últimos anos - desempenho que tem sido puxado principalmente pelas exportações. "O mercado interno não deve crescer este ano, mas as exportações devem ter um incremento de 10% a 15%", estima.

SAPATOS INFANTIS

Há mais tempo no mercado, a Indústria de Calçados Kidy nasceu em 1990, em Birigui, no noroeste paulista, idealizada pelos irmãos Sérgio e Ricardo Grac ia. A marca especializada em sapatos infantis atualmente produz 25 mil pares por dia (10% deles feitos de couro) sob encomenda. São 32 linhas de calçados, 350 modelos para crianças de 0 a 13 anos e 1,2 mil cores diferentes.

O mercado interno (com 10,5 mil pontos de venda em todo o país) responde por 85% da produção, e as exportações, 15%. A marca vende para 42 países, com destaque para Argentina, Emirados Árabes e Colômbia. O carro-chefe da Kidyéa linha Play, que está no mercado há quase 20 anos ejá vendeu mais de 5 milhões de pares. Os modelos, que incluem um carrinho de brinde, custam R$ 43 no mercado interno e o equivalente em dólar (cer cade US $10 a 12) para exportação. Em outubro próximo, a marca fará o lançamento especial de uma mala exclusiva de produtos de couro, com tamanhos de 16 a 36.

Os produtos da Kidy são desenhados, cortados e pespontados na unidade de Birigui, onde também fica a sede administrativa, e a montagem é feita na unidade de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, de onde partem para o exterior. A marca faturou R$ 180 milhões no ano passado. "Na empresa, nos proibimos de falar em crise. Nosso moteéa inovação, as parceria se o trabalho. Não esperamos milagres ", afirma o diretor Comercial e Industrial, Adriano Pires, que estima em 10% o crescimento da receita para 2019.