Leitura de notícia
O Globo Online (RJ) ( Brasil ) - RJ - Brasil - 20-06-2019 - 11:38 -   Notícia original Link para notícia
Novo PGR será definido aos '48 do 2º tempo'

Bolsonaro tem até setembro para fazer indicação e afirma que seguirá a Constituição. Mais votado por procuradores vai ao Planalto, mas aliados apostam que presidente escolherá nome de fora da lista tríplice



Um dia após a divulgação da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que vai definir quem será o novo procurador-geral da República "aos 48 do segundo tempo". O presidente tem até setembro para indicar o novo PGR.



JOÃO AMÉRICO/DIVULGAÇÃO / MPFDisputa acirrada. Prédio da PGR, em Brasília; escolha de novo procurador-geral só deve ocorrer em setembro



A declaração foi dada à TV Anhanguera, filiada da TV Globo, após a visita de Bolsonaro à comunidade terapêutica Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá, interior de São Paulo, evento que não constava na sua agenda.



- Vou estudar a lista. Eu vou seguir a Constituição -disse ainda o presidente.



Na disputa mais concorrida da História para a troca de comando da PGR, o subprocurador Mário Bonsaglia foi o mais votado pela categoria. Na sequência estão os procuradores Luiza Frischeisen e Blal Dalloul. Bolsonaro não é obrigado a escolher um nome da lista tríplice, mas a prática foi adotada pelos últimos presidentes.



Mário Bonsaglia foi ontem ao Palácio do Planalto e se reuniu com o subchefe de Assuntos Jurídicos (SAJ), Jorge Oliveira. No fim de semana, o mais votado da lista tríplice deve ser recebido também pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).



GANHA FORÇA NOME DE FORA



Aliados de Bolsonaro consideraram que os eleitos pelos procuradores reforçam os argumentos do presidente para escolher um candidato fora da lista. Bonsaglia é apontado pelo Planalto como "muito corporativista". A segunda colocada, Luiza Frischeisen, é vista como "próxima ao subprocurador Nicolau Dino", irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino, filiado ao PCdoB, partido de oposição ao governo. O terceiro, Blal Dalloul, foi secretário-geral da gestão de Rodrigo Janot como PGR. Bolsonaro já disse que tem resistência a nomes ligados a Janot.



Na noite da última terçafeira, quando os nomes mais votados foram divulgados, Bolsonaro começou a receber informações sobre os escolhidos pelo WhatsApp. Segundo interlocutores do presidente, a maior parte das mensagens trazia críticas aos três nomes, apontando-os como corporativistas e alinhados à esquerda.



Hoje, a aposta de aliados de Bolsonaro é que o escolhido será de fora da lista. Em reuniões e almoços realizados ao longo do último mês, o presidente comparou a lista à eleição para presidência da Câmara, e se colocou como exemplo.



- Nunca tive voto porque não oferecia nada em troca. Na lista para PGR é a mesma coisa. Quem está lá tem comprometimento - disse Bolsonaro a um interlocutor no mês passado. Quando era deputado federal, o presidente chegou a concorrer quatro vezes para a presidência da Câmara, sem sucesso.



Entre os nomes mais fortes na corrida fora da lista estão o da atual PGR, Raquel Dodge, que tenta a recondução, e do subprocurador Augusto Aras, que angariou a simpatia dos filhos de Bolsonaro e de seus assessores na área jurídica. No início de maio, Aras se encontrou com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSLSP) e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), separadamente. Nas conversas,o subprocurador criticou o corporativismo da classe e nomes como Rodrigo Janot.



Raquel Dodge, porém, conta com a o apoio dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre, e do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli. Outro nome que circula no Planalto é do procurador-geral da Justiça Militar e integrante do Conselho Nacional do Ministério Público Federal (CNMP), Marcelo Weitzel.



OPERAÇÕES DEFENDEM LISTA



Ontem, as forças-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba, no Rio e em São Paulo, em conjunto com as forçastarefa da Greenfield e da Zelotes em Brasília, divulgaram uma nota em que defendem que Bolsonaro escolha um procurador-geral pela lista tríplice. No texto, os procuradores afirmam que a lista garante "qualidade técnica" e a independência do futuro chefe da PGR (Colaboraram Gustavo Maia e Jussara Soares).


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.