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O Globo Online (RJ) ( Especial ) - RJ - Brasil - 03-06-2019 - 07:29 -   Notícia original Link para notícia
Marketplace: tendência em alta no e-commerce

Uma via de mão dupla, os marketplaces impulsionam a venda dos grandes portais e possibilitam às lojas parceiras alcançar novos públicos e registrar aumentos substanciais na quantidade de pedidos


Com o crescimento exponencial do comércio eletrônico, ter uma vitrine na internet é requisito vital para o incremento das vendas. Mas nem sempre basta à empresa (fabricante, distribuidora ou varejista) apostar todas as fichas em um site próprio, pois muitos compradores potenciais passam ao largo, desviados pela concorrência acirrada na grande rede. Um bom caminho para alcançar esses consumidores é o marketplace, espécie de shopping virtual em que o grande tráfego de público potencializa as chances de negócio para cada lojista.


BILLION DIGITAL / DEPOSITPHOTOSVendas online: grandes portais do país faturam comissões de 12% a 20% por item vendido, sem manter estoques nem operar logística de entrega


O marketplace cresce dia a dia no país e já oferece tudo o que antes estava restrito às lojas físicas e sites exclusivos das empresas: roupas, eletrodomésticos, passagens, autopeças, artigos de beleza e saúde, livros usados... No ranking global desses portais de venda, o topo é ocupado pela chinesa Alibaba e a norte-americana Amazon, que disputam o mercado brasileiro com marcas como B2W, Via Varejo e Magazine Luiza, que se valeram do antigo prestígio e do público conquistado para "alugar" suas vitrines na internet a empresas de menor porte.


Grandes portais do país, por conta dos marketplaces, aumentaram o número de itens vendidos em para centenas de milhares, faturando comissões de 12% a 20% por venda, sem manter estoques nem operar logísticas de entrega. Em contrapartida, empresas parceiras passaram a alcançar novos públicos e viram saltar a quantidade de pedidos. Em muitos casos, eles superam os resultados obtidos no site da casa, graças à capacidade do lojista virtual de tornar seus produtos mais atrativos do que os oferecidos pelos concorrentes.


"O marketplace é democrático. Uma empresa pequena pode vender muito mais do que uma grande, dependendo da demanda e de como seu produto está exposto", afirma o sócio-diretor da startup carioca Futura Inova, Leandro Siqueira, com mais de 10 anos de experiência no ecommerce. Criada há nove meses, a empresa gerencia a performance de indústrias, importadores e atacadistas em shoppings virtuais, remunerada com 2% a 20% por venda, de acordo com o tipo de mercadoria. A Futura atende a 15 clientes, que já faturaram juntos mais de R$ 7 milhões, em 35 mil vendas nesses portais.


MUDANÇA DE CULTURA


O sucesso nos shoppings virtuais implica, porém, análise de mercado e estratégias estudadas, alerta Leandro Siqueira. "Não basta 'subir' o produto: tem que aparecer na primeira página, com preço e condições certas, como prazo de entrega e frete", ensina. No caso de empresas que antes se limitavam ao atacado, os desafios para a venda direta ao consumidor (D2C) são redobrados, pois incluem reestruturação comercial. "É uma mudança de cultura. Antes, elas vendiam mil peças para um comprador; agora vendem para mil clientes", destaca.


O marketplace também se expande no país em segmentos do mercado, no sentido inverso dos grandes portais. Exemplo bem-sucedido de segmentação é o paulistano Canal das Peças, aberto em 2012 por dois amigos egressos do mercado financeiro, que anteviram as adversidades da economia e o consequente aumento de carros usados nas ruas, com a freada na venda de novos. Passados sete anos, o portal congrega mais de 400 revendedores de autopeças, que oferecem um milhão de itens, de 1,5 mil indústrias, e efetuam de 15 mil a 25 mil vendas mensais.


Sem revelar cifras, o CEO da empresa, Vinícius Dias, destaca que o portal combina a comercialização com a divulgação de conteúdos técnicos, como forma de suprir a carência de informações no mercado e facilitar a aquisição de produtos a mecânicos de várias partes do país.


"Já despachamos para três mil cidades", afirma Dias, acrescentando que 40 mil profissionais frequentam o portal todos os dias. "Construímos essa solução junto com o setor e reunimos indústrias, distribuidores, varejistas e mecânicos no mesmo ecossistema", explica. O Canal também tem remuneração apenas por resultado, de 12% do valor de cada venda.



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