Crise econômica estimula o mercado de locações de roupas, objetos e móveis. Negócio é bom tanto para quem investe nesse segmento quanto para quem procura pelo serviço

O mercado de locações de trajes, objetos e até mobiliário vem se firmando e pode ser uma saída para momentos de pouco dinheiro em circulação. Para quem não tem o hábito de usar um terno, ou vai precisar de uma roupa a ser usada em ocasião única, como formatura ou casamento, o aluguel é a medida exata para caber no bolso.

Os trajes masculinos foram a opção de Armando Ziller e esposa para abrir uma loja especializada na Savassi. "Já trabalhávamos com trajes para noivas e percebemos que o homem ficava relegado à última hora do evento". Foi assim que nasceu a loja Vida de Homem BH, no coração da Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O atendimento inicial, que era para noivos, foi se ampliando e hoje abrange formaturas, eventos empresariais, convidados e padrinhos de casamento e outras festas.

O investimento não foi muito alto, segundo o empresário, porque ele não fabrica peças. Elas são compradas direto de fábricas, principalmente em São Paulo. Ele começou com estoque de 50 a 60 trajes. No local, funciona um ateliê para pequenos ajustes e consertos. A loja também trabalha com primeira locação, dependendo da escolha do cliente. A encomenda deve ser feita com 30 a 40 dias de antecedência. Há casos de eventos de última hora e é possível atender desde que o traje não necessite de grandes intervenções. Para os noivos, a recomendação é procurar uns três meses antes do casamento.

Os valores podem variar entre R$ 160 (para um terno de convidado, por exemplo) e R$ 600 (em caso de noivo ou padrinho). Quando o número de encomendas é maior, como nas formaturas, que podem variar entre 25 e 30 peças, os valores ficam mais em conta. O negócio demanda em média 150 locações mensais e o empreendedor já trabalha com o propósito de lançar franquia para o ano que vem.

SONHO REALIZADO Foi pensando nesse ramo de suporte a eventos que Susan Mara Pacheco Borges resolveu instalar a Jadac Locação de Colchões. Cansada de "trabalhar para os outros", ela sonhava em abrir um negócio próprio. A ideia chegou como presente justamente no Natal. "Há quatro anos, meus familiares resolveram vir do interior e passar as festividades natalinas em minha casa. Procurei colchões para alugar e tive alguma dificuldade." Foi o momento em que acendeu o sinal de alerta. Deixou o emprego de comerciária e chamou o marido e o filho para montar a empresa. Ela começou com quatro colchões comprados parceladamente. O filho expôs a ideia numa rede social. "Foi uma surpresa. No primeiro fim de semana já aluguei todos para uma pessoa que veio buscá-los na porta de casa e levou para Nova Lima". Logo depois, investiu na compra de mais 20 peças.

Aos poucos foi sendo contatada por igrejas, organizadores de festas e eventos. A novidade agora tem sido festas do "pijama". Hoje, Susan trabalha com 240 colchões e já agregou ao negócio roupas de cama e travesseiros. São lençóis, viróis, travesseiros e mantas. A maior demanda é entre quinta-feira e domingo e ela consegue atender a um raio de 90 quilômetros de Belo Horizonte. "Alguns buscam aqui mesmo, outros pagam o frete." O transporte feito em carro de passeio já passou para um utilitário e quando a demanda é grande ela paga um veículo com maior capacidade.

O retorno de todo o investimento demorou um ano. "O colchão é caro, a espuma é importada e ele vem encapado a preço médio de R$ 240. Geralmente, para eventos de fim de semana, a entrega é feita na quinta-feira e devolvidos na segunda. Nos dois dias restantes da semana todos são higienizados e armazenados. A preocupação agora é o aluguel de um galpão, já que o negócio vem crescendo e a parte de lazer da residência não comportará mais os objetos. Cada colchão por período de dois a quatro dias custa R$ 20 a diária acima de seis unidades. Até cinco, é de R$ 25 cada um. Quando incluído o kit de roupa de cama sai a R$ 42. Acima de 15 unidades são oferecidos preços especiais.

DO RIO PARA BH - A mudança da capital carioca para Belo Horizonte, em 2003, despertou no casal Laila Sena e José Francisco Lobo Mendes a oportunidade de construir um negócio de iluminação para festas e eventos. Ela arquiteta e o cônjuge, engenheiro eletricista, viram a carência desse ramo na cidade. "Percebemos que nas festas em BH não havia muita preocupação com o sistema de iluminação. As pessoas investiam muito em flores e mobiliário e se esqueciam da luz." Nos primeiros contatos com os bufês mais famosos constataram que não trabalhavam com a iluminação e a porta de entrada para esse ramo foi dada pelos decoradores.

Começaram com equipamentos mais simples, referenciados pelo mesmo trabalho no Rio de Janeiro e aos poucos as novas tecnologias foram sendo incorporadas. À medida que organizadores de eventos foram conhecendo mais o poder da iluminação nos cenários, as exigências foram se tornando maiores. "A última coisa que se pensava na organização de um evento era a iluminação. Hoje, ela já entra no orçamento inicial", conta Laila Sena.

O negócio tem bom retorno financeiro. A maior parte do investimento foi com carro e galpão, devido aos muitos equipamentos volumosos, alguns de fabricação própria. A maior demanda é entre maio e setembro.

A loja Vida de Homem BH atende clientes para casamentos, formaturas e eventos empresariais