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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 30-05-2019 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
BH acorda com fila por litro de gasolina a R$ 2,53

Posto da Zona Noroeste da capital é chamariz para campanha de ofertas de produtos sem incidência de tributos em 1,3 mil estabelecimentos no estado. No Brasil, serão 3 mil
Os consumidores de Belo Horizonte terão hoje a oportunidade de comprar diversos produtos sem a incidência de tributos. Em mais uma edição do Dia Livre de Impostos, pelo menos 851 estabelecimentos na capital vão vender produtos e serviços descontando o peso da tributação sobre os preços. Uma das grandes atrações, como em anos anteriores, é o posto de gasolina que comercializará o combustível com 46% de desconto no preço. O litro será oferecido a R$ 2,5293 e cada motorista poderá abastecer o carro com até 35 litros, já que a compra estará limitada a R$ 90 por carro. Para aproveitar a oferta, desde o começo da tarde de ontem motoristas faziam fila no estabelecimento.

Ao todo, em Minas Gerais, 1.317 estabelecimentos participarão do evento, dos 3 mil anunciados em todo o país. As ações vão ocorrer em 20 estados e 160 cidades. Além de posto de combustível, estão na lista, óticas, lojas de eletrodomésticos, calçados e perfumarias. Em alguns casos, os estabelecimentos já estão vendendo sem a incidência dos impostos desde o início da semana, a exemplo da rede mineira Drogaria Araújo. A farmácia ainda promete vender dois medicamentos genéricos iguais pelo preço de um.

Segundo a de Belo Horizonte (/BH) e o Jovem - organizadoras do protesto contra a alta carga tributária no Brasil -, o dia livre de impostos tem objetivo de conscientizar sobre a quantidade de tributos pagos e sem o devido retorno em serviços prestados ao cidadão. "Além de protestar contra a alta carga tributária, o dia também cobra retorno efetivo dos impostos para a sociedade na forma de investimentos em serviços essenciais, como saúde e educação", afirmou , presidente da /BH.

Em relação à venda de gasolina, a carga tributária corresponde a quase metade do valor final do combustível. Ainda de acordo com Marcelo Silva, a situação é grave e impacta consideravelmente o poder de compra do brasileiro. "Considerando a tributação na gasolina, temos o CIDE, PIS/COFINS e ICMS, que somam 46,71% do valor total do produto, que hoje está na faixa de R$ 4,746. Queremos mudar essa realidade", afirma.

A quantidade de tributos pagos no país faz com que o Brasil figure entre as nações com as maiores tributações no mundo, o que representa um peso para o contribuinte e limita sua capacidade de consumo. "Nosso objetivo com essa ação é fazer com que todos vejam como a carga tributária brasileira está entre as mais elevadas do mundo, que corresponde à média de 41,8% do rendimento bruto de cada cidadão", afirmou.

Para deixar ainda mais didático o impacto, na Praça 7, Centro da capital mineira, será montado um "mercado do imposto". No local será montando espaço para exposição de produtos da cesta básica com e sem os encargos provenientes dos impostos.

Sem confusão Pelo menos nove carros já estavam posicionados no posto Pica Pau II, que fica na Avenida do Contorno, 10.325, no Bairro Carlos Prates, por volta das 17h de ontem, para aproveitar a oferta da gasolina sem imposto nos preços. Para tentar evitar que espertinhos furem filas ou provoquem confusão, quem estaciona vai colocando o nome em uma lista para garantir que a ordem de chegada seja mantida. O posto vai disponibilizar o limite de 5 mil litros na ação de marketing. O volume corresponde ao abastecimento de 130 carros e 30 motos. O pagamento também só pode ser feito em dinheiro e direto no tanque. Assim, não é possível encher recipientes para levar o combustível.

Primeira da fila, a autônoma Michele da Conceição Gonçalves, 36 anos, chegou ao local por volta de 12h30 de ontem. Ela contou que aproveita todo ano a ação no posto e faz isso não só pela oferta, mas também como forma de protesto. "Eu me sinto roubada! É tanto imposto e quase nada de serviço. Pense bem, quase metade do preço da gasolina é de imposto", reclamou.

Segundo na fila, o motorista Ramon Pereira, de 37 anos, disse ter levado dois carros para poder participar da promoção. Fazendo coro com Michele, ele não vê correspondência entre o que se paga e o retorno. "É injusto. No Brasil é recorrente esse tipo de coisa (impostos altos) e pagar esse valor é um absurdo, principalmente em relação a outros países", afirmou.

A auxiliar de viagem Débora da Silva, de 34 anos, considera a quantidade de tributos sobre o consumo no Brasil "abusiva". "Não compensa. A gente paga tudo isso nos produtos, e as ruas, por exemplo, continuam todas esburacadas", criticou.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL, Marcelo de Souza e Silva
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