Leitura de notícia
O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 19-05-2019 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Potencial de consumo fora das capitais do país é 71% do total

Economia diversificada e agronegócio forte colocam Uberlândia em posição de vantagem no Estado
Juliana Gontijo

O consumo no interior do país vem crescendo, segundo o Índice de Potencial de Consumo (IPC) Maps. Sem as regiões metropolitanas na conta, deve chegar neste ano a 54,4% do total nacional, percentual acima do verificado no ano passado (54%). Considerando-se as regiões metropolitanas das capitais como parte do interior, a participação salta de 70,36% em 2018 para 71,08% em 2019. Já a parcela das capitais reduziu de 29,64% em 2018 para 28,92% neste ano.

O desempenho dos 50 maiores municípios brasileiros equivale a 39,43%, ou R$ 1,848 trilhão, de tudo o que é consumido no território nacional.

Em Minas Gerais, Uberlândia, no Triângulo Mineiro, é o segundo município do Estado em potencial de consumo, com R$ 20,4 bilhões, só perdendo para capital. "É uma cidade que tem uma economia bem diversificada e com o agronegócio forte", observa o diretor da IPC Marketing Editora, Marcos Pazzini.

A cidade ocupa a 26ª posição em consumo, num cenário de 5.570 municípios. Em Belo Horizonte, a projeção é que o consumo chegue a R$ 82,9 bilhões neste ano, terceira posição no país, superando Brasília.

Considerando a divisão por Estado, Minas Gerais só perde para São Paulo no consumo nacional. "A cada R$ 100 gastos pelos brasileiros neste ano, R$ 10,17 serão provenientes de Minas Gerais. O valor é superior ao do ano passado, de R$ 9,99", diz. Nesse tipo de comparação, a maior fatia do consumo brasileiro é de São Paulo, com R$ 27,30 em 2019.

A economista da de Belo Horizonte (-BH) Ana Paula Bastos ressalta que o consumo está ligado ao cenário econômico, com destaque para a inadimplência e o desemprego. Na capital, as vendas tiveram alta de 1,13% no primeiro trimestre deste ano ante igual intervalo de 2018. Embora o dado seja de crescimento, o percentual foi menos intenso que o verificado nos três primeiros meses do ano passado, de 2,93%. "Houve crescimento, mas ficou aquém do esperado", diz.

Embora ainda não seja um patamar expressivo, em Minas, no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo período de 2018, a taxa de desocupação teve recuo de 1,5 ponto percentual, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE.

Ainda de acordo com o levantamento do IPC Maps, a economia tem potencial para movimentar cerca de R$ 4,7 trilhões em consumo em 2019, resultado superior ao de 2018 (R$ 4,4 trilhões). O crescimento real (descontada a inflação) é de 2,7%.

O jeito é focar os itens básicos

Em tempos de economia retraída, não há espaço para supérfluos. O consumo dos brasileiros neste ano, assim como em 2018, terá como foco os produtos básicos, diz o diretor do IPC Marketing, Marcos Pazzini. Manutenção do lar - incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás - deve responder por 26,8% do consumo, seguido pela alimentação (no domicílio e fora dele), com 17,3%, e transportes e veículo próprio (7,4%).

A economista da de Belo Horizonte (-BH) Ana Paula Bastos afirma que o consumo está, de fato, concentrado nos produtos mais básicos. "Quem tem emprego tem receio de perder o posto. E quem conseguiu uma vaga, muitas vezes, está ganhando menos do que no emprego anterior. Logo, o consumo é voltado para o essencial", analisa.

O vendedor Reinaldo Almeida conta que vem tentando se adequar aos tempos de crise. "Estou mais pé no chão, já que a renda está menor, pois estou vendendo menos", conta.

Além de focar o básico, os brasileiros estão cada vez mais usando a tecnologia. Entre 2013 e 2019, o percentual de brasileiros que afirmam realizar compras pelo smartphone pelo menos uma vez por mês mais do que triplicou - passou de 15% para 50%, segundo pesquisa da consultoria PwC. Ou seja, metade dos brasileiros já compra usando o celular regularmente. Nesse mesmo período, os outros meios de compra decaíram ou cresceram pouco: lojas físicas (de 70% para 62%), online no computador (de 69% para 59%) ou online no tablet (de 20% para 29%).

A pesquisa Global Consumer Insights 2019, produzida pela PwC, ouviu 21 mil consumidores em 27 países, entre eles o Brasil, ao longo do ano de 2018.

Em paralelo, o consumidor brasileiro também está cada vez mais exigente na hora de fazer compras em lojas físicas, sendo que 58% querem usar métodos de pagamento mais rápidos e fáceis para reduzir filas (contra 50% da média global).

300

* Estes campos são de preenchimento obrigatório


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.