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O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 05-05-2019 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
'Guerra das maquininhas' alivia custo de empreendedor

No ano passado, em torno de 40% do consumo dos brasileiros foi feito por meio dos cartões
Juliana Gontijo

Reduzir taxas de diversos serviços e até mesmo oferecer a maquininha de cartão de graça - vale tudo para conquistar o empreendedor. O mercado vive hoje uma verdadeira "guerra das maquininhas". E quem ganha é o cliente, que está pagando menos pela comodidade, o que permitiu o acesso maior das empresas de pequeno porte. O Banco Safra, por exemplo, oferece a sua máquina de cartão (Safrapay) sem custo, só que, para isso, é preciso atingir um volume mínimo de vendas determinado por máquina.

A credenciadora de cartões Rede anunciou, no último dia 19, o fim da taxa de antecipação do cartão de crédito - que é o percentual cobrado quando o empresário do varejo realiza a antecipação das vendas realizadas no cartão de crédito - para lojistas que tiverem conta no banco Itaú. Na ocasião, a medida derrubou o preço das ações das concorrentes da Rede.

A professora de inglês e vendedora Maria Bodour tem a maquininha há três anos. "Ter esse aparelho é indispensável hoje em dia. Afinal, muita gente nem sequer carrega dinheiro. Se você não tem a maquininha, você perde venda", diz. No ano passado, em torno de 40% do consumo dos brasileiros foi feito por meio dos cartões, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Último levantamento do Sebrae, de 2018, mostra que 54% dos microempreendedores individuais (MEIs) usam a maquininha no país. Entre as microempresas, a participação chega a 52%.

Para cerca de 80% dos MEIs, a escolha da máquina está relacionada ao fato de não ter de pagar aluguel. A vendedora diz que, além da facilidade oferecida ao cliente, a vantagem da máquina está na ausência do aluguel. "Eu não teria interesse em alugar", explicou. O modelo de compra da máquina foi introduzido pela "Moderninha" da PagSeguro.

O diretor administrativo financeiro da Loja Elétrica, Wagner Mattos, conta que não paga mais aluguel das máquinas há quatro anos. O valor mensal com cada aparelho variava de R$ 60 a R$ 70. "Antigamente, as máquinas não aceitavam os cartões de todas as bandeiras, fazendo com que fosse necessário ter mais de uma máquina, o que já não ocorre mais", lembra.

Fintechs acirraram a concorrência

O avanço da tecnologia e a concorrência são os responsáveis pelo crescimento do acesso dos empreendedores às máquinas de cartão. O vice-presidente da de Belo Horizonte (-BH), Fernando Cardoso, observa que, hoje, há novos players no mercado, como as fintechs - startups que criam inovações no setor de serviços financeiros. "Há alguns anos, duas empresas dominavam o mercado de cartões", diz.

O diretor executivo da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Ricardo Vieira, afirma que o fim da exclusividade no uso das máquinas de cartão foi um marco para o setor e contribuiu para a pulverização do acesso. Até 2010, somente as maquininhas da Visanet (que mudou de nome para Cielo) aceitavam cartões com a bandeira Visa, enquanto a bandeira Mastercard era exclusividade das maquininhas da Redecard (hoje apenas Rede).

Para a consultora de canais da fintech de pagamentos online Vindi, Érica Lopes, as startups ajudaram na disseminação do acesso aos cartões, já que tornaram os custos mais acessíveis. Hoje, é possível comprar máquina de cartão por 12 parcelas de R$ 9,90.

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Palavras Chave Encontradas: Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL
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