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Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 07-04-2019 - 11:52 -   Notícia original Link para notícia
A brincadeira saiu do papel

 Empresário transforma papelão em peças para montar e colorir e conquista não só crianças, mas empresas, escolas e outros clientes, interessados nos mais diversos produtos


Elian Guimarães


Publicação: 07/04/2019 04:00



Gustavo Nébias produz cerca de 300 peças por dia, como robôs e navios piratas




A crise econômica que vem afetando há alguns anos os negócios de modo geral foi o ponto de partida para mudar completamente a vida do administrador de empresas Gustavo Nébias, dono de uma lanchonete no Centro de Belo Horizonte. Os resultados não vinham muito bem e ele se encontrava um tanto desmotivado. Foi quando pensou em criar uma loja virtual para brinquedos feitos em papelão para recortar e colorir. A esposa e uma amiga sugeriram que criasse alguns produtos e lançasse, como experiência, um perfil no Instagram. Com uma semana na rede social foi convidado para participar da Rosenbaum, uma das mais importantes feiras de design no Brasil. "Não tinha estoque e preparei dois de cada um dos oito produtos e levei. Trabalhei madrugadas produzindo, cortando com estilete. Vendi tudo e fiquei espantado com a quantidade de pedidos naquela primeira exposição", conta Gustavo.




O menino que cresceu brincando de desenhar e fabricando seus próprios brinquedos com caixas de papelão, quando adulto descobriu que, muito mais que uma diversão lúdica, o passatempo poderia se tornar um negócio, além de prazeroso, bastante lucrativo. O papelão para fabricar os brinquedos foi o material escolhido por ser mais resistente, espesso e com dobras mais simples para ser montado por crianças a partir dos 5 anos. Ele criou então a Mobri - Monte e Brinque, só com brinquedos de papelão, que ele compra em estoques de fábricas de embalagem. "O papelão comprado na fábrica é mais barato, mas a quantidade mínima que a indústria vende são 3 toneladas (caminhão fechado), o que necessitaria de espaço grande para armazenamento."



Gustavo pensou em adquirir uma máquina a laser para os cortes, mas os preços não eram convidativos. Descobriu uma oficina de compartilhamento próximo à sua casa, onde passou a recortar os seus produtos. "Foi um momento importante. Achava que deveria preservar minha ideia, mas nesse maker space foi onde trabalhei em conjunto com diversas pessoas, em que dividíamos nossos projetos." Assim, as peças que vinham soltas passaram a ser produzidas em placas, em uma embalagem que acompanha giz de cera para colorir. A destaca as peças, monta e colore.

ENCOMENDAS A princípio, o empreendedor tinha o propósito de um produto educativo, mas os pedidos extrapolaram suas expectativas. Vieram solicitações de brindes para festas, moldes para oficinas e até uma plataforma de petróleo foi encomendada pela indústria petrolífera. O espaço ficou pequeno. "Não dava mais para trabalhar com tempo e espaço compartilhados. A máquina a laser, além de poluente, é muito lenta." Gustavo alugou uma sala e montou sua própria oficina, com uma prensa, conhecida como corte e vinco, e passou a utilizar faca gráfica. As facas são lâminas de metal fixadas sobre uma base (normalmente madeira), utilizadas na confecção de embalagens e rótulos. Outro uso bem comum das facas especiais são em cartões de visita. As facas são capazes de cortar, fazer meio corte, vincar, picotar e serrilhar. Ideal para produção em série. Quando o pedido é para modelo único, ele aluga a hora da impressora a laser. A capacidade de produção passou de 200 peças por mês para 300 por dia, que custam em média R$ 65.



A empresa tem oito produtos infantis: robô, navio pirata, casa, castelo, avião, fazenda, nave espacial e carro de bombeiros, mas já se prepara para expandir para outros ramos. Seus principais clientes são escolas, empresas de festas para decoração ou brindes e lojistas. Agora, ele parte para o nicho de pets, utilitários, ocupacionais, com foco na terceira idade. Tem recebido encomendas de todas as partes do país. No dia da reportagem, recebeu pedido de uma escola em Pernambuco, cujos gestores conheceram suas ofertas em um workshop, em Curitiba. A escola tem um projeto chamado "Baú do Tesouro" e quer que ele fabrique formatos de baú como embalagem para distribuição de livros aos alunos. Entre os próximos produtos estão lixeiras em papelão, descartáveis (e recicláveis), para eventos.


Palavras Chave Encontradas: Criança
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