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O Globo Online (RJ) ( País ) - RJ - Brasil - 04-04-2019 - 08:41 -   Notícia original Link para notícia
Bolsonaro articula base de apoio com 9 partidos

Presidente receberá nove partidos a partir de hoje; Mourão fala em cargos no governo



Depois de vários atritos com o Congresso, o presidente Jair Bolsonaro começa o processo de construção da base de apoio ao seu governo reunindo-se pela primeira vez, hoje, com presidentes de partidos. A iniciativa visa à aprovação da reforma da Previdência. Nove legendas, que somam 259 deputados e 53 senadores, devem ser recebidas por Bolsonaro até a semana que vem. O vice-presidente Hamilton Mourão não descartou que o Planalto abra espaço para aliados no governo. "É óbvio que eles vão ter algum tipo de participação, seja em cargos nos estados, algum ministério. Isso é decisão do presidente", afirmou. Após uma série de atritos na relação do governo com o Congresso, Jair Bolsonaro se reúne hoje, no Palácio do Planalto, pela primeira vez com presidentes de partidos que espera atrair para a base aliada de olho na votação da reforma da Previdência.



Até semana que vem, devem ser recebidas pelo presidente nove legendas, que somam 259 deputados e 53 senadores. Com o apoio do PSL de Bolsonaro, a base que o governo tenta construir teria potencial de chegar a 313 deputados e 57 senadores, o suficiente para aprovar mudanças constitucionais.



O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que deve participar das conversas, disse que a ideia é iniciar uma série de convites para que os partidos integrem formalmente a base aliada. Nos bastidores, porém, há pressão para que sejam liberados cargos no segundo e terceiro escalão do governo, hipótese admitida ontem pelo vice-presidente, Hamilton Mourão.



O vice-presidente chegou a dizer que, caso as legendas concordem com as propostas do Planalto, poderão ganhar cargos no Executivo. Marcos Pereira (PRB) e Gilberto Kassab (PSD), por exemplo, que estarão hoje nas conversas, já foram ministros. No governo Temer, o PP comandou as pastas da Saúde e da Agricultura, e o PSDB acumulou seis ministérios.



- A partir do momento em que esses partidos estejam concordando com o que o governo pretende fazer, é óbvio que eles vão ter algum tipo de participação, seja em cargos nos Estados, algum ministério ou algo do gênero. Isso é decisão do presidente, né? - disse Mourão, ao deixar seu gabinete no anexo do Palácio do Planalto, ontem.



Além de Kassab e Pereira, serão recebidos, em sessões individuais, Geraldo Alckmin (PSDB), ACM Neto (DEM), Ciro Nogueira (PP) e Romero Jucá (MDB). Outros presidentes de partidos serão recebidos na próxima semana. PSL, SD, PR e Podemos estão na lista de prioridades do governo.



- Para que nós tenhamos uma base constituída, precisamos dialogar. Convidar e abrir a porta: é o que a gente está fazendo - disse Onyx.



PARTIDOS ALINHADOS



Com exceção de ACM Neto, os presidentes de partidos que serão recebidos por Bolsonaro hoje fizeram ontem uma conferência por telefone para alinhar a postura no Planalto. Combinaram de mais ouvir do que falar, e que o melhor é evitar pedido de cargos ou outras queixas.



Dirigentes demonstram desconfiança e cautela diante do encontro, e lembraram do episódio da semana retrasada em que Bolsonaro declarou que "alguns não querem largar a velha política", dias depois de se encontrar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.



Em fevereiro, o governo chegou a dizer que criaria um "banco de talentos" para indicações políticas no segundo e terceiro escalão. Por enquanto, contudo, as nomeações estão congeladas. As regras para o uso da base de dados com currículos, como a exigência de adequação à Ficha Limpa, começam a valer em 15 de maio. Os cargos, porém, não envolvem secretarias importantes do Executivo, o que continua gerando insatisfação entre deputados.



Outras medidas também já foram aventadas pelo governo para tentar agradar aos parlamentares. Onyx cogitou colocar placas com o nome de parlamentares em obras federais feitas a partir de emendas parlamentares. A estratégia de negociar com bancadas temáticas também não foi adiante.



O ex-senador Romero Jucá diz que há um "desgaste coletivo" nos acontecimentos que antecederam o convite eque a abertura para uma conversa indica uma possível mudança de postura do presidente.



-É um convite do presidente, então nós vamos ouvir. Há um desgaste coletivo, mas agente não tem que olhar para trás. Sempre é hora de melhorar as coisas -disse Jucá ao GLOBO.



KASSAB CRITICADO ANTES



Um vice-líder do governo ouvido pelo GLOBO demonstrou ceticismo em relação às conversas e comentou que a ambição do centrão (DEM, PP, SD e PRB) por cargos não será resolvida tão facilmente.



Na lista de convidados de Bolsonaro, estão nomes que já foram criticados por ele. No dia 6 de setembro, em Juiz de Fora, horas antes de sofrer uma facada, o presidente referiu-se a Kassab como "porcaria".







-Que mé o ministro da Ciência e Tecnologia? É ose nhor Kassab. Não sabe a diferença de leida gravida depara gravidez. O que essa porcaria está fazendo lá? Botando seus apadrinhados, vendendo voto do seu parti dopara o( Michel) Temer evai vender para o (Geraldo) Alckmin - disse o então candidato.




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