Um maior número de pessoas está conseguindo pagar suas dívidas. Em Belo Horizonte, a recuperação de crédito avançou 10,01% em fevereiro deste ano em relação a igual mês de 2018.

É o segundo mês consecutivo em que há alta: na relação janeiro 2019/janeiro 2018, o avanço foi de 11,52%. Já no comparativo fevereiro de 2019 com o mês anterior, houve queda de 10,83%. As informações foram divulgadas ontem pela Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH).

Economista da entidade, Ana Paula Bastos atribui o resultado da melhoria do pagamento de dívidas na comparação anual principalmente à inflação controlada e à queda nas taxas de juros. Segundo ela, com a taxa Selic no menor patamar já registrado, de 6,5% ao ano, facilita a negociação de dívidas.

Além disso, com a inflação estável há menor impacto dos preços no custo de vida das famílias, possibilitando que haja renda disponível para maior quitação de débitos.

A retração na recuperação de crédito que houve na passagem de janeiro para fevereiro é atribuída pela economista ao Carnaval. Como a data festiva aconteceu no início de março, algumas pessoas poderiam ter optado por reservar dinheiro para gastar na folia, adiando o pagamento de dívidas.

Também há o fato de que parte da renda está comprometida com o pagamento de contas típicas do início do ano, como IPVA, IPTU e material escolar. Além disso, fevereiro teve menor número de dias úteis: são 22 em janeiro contra 20 em fevereiro.

Ana Paula Bastos pondera que o alto patamar de desemprego continua segurando os resultados.

"O ambiente econômico melhorou, o comércio cresceu. Mas o desempenho ficou aquém do esperado. Também era esperada alta de 2,5% no PIB, que registrou aumento de 1,1%", pondera. Outro problema é o parcelamento do pagamento do funcionalismo público estadual.

Para que melhores resultados sejam alcançados este ano, são aguardadas, principalmente, a definição da agenda econômica e a aprovação das reformas.

Perfil - Em fevereiro, a recuperação no público feminino ficou em 9,14%, enquanto entre os homens foi de 9,04%. Levando-se em conta a faixa etária, os que mais estão conseguindo pagar as dívidas são aqueles com idade entre 40 e 49 anos, com índice de 15,32%. Depois aparece a faixa etária de 65 a 84 anos, com 10,34%. Somente a faixa de 18 a 24 anos apresenta retração (-10,02%).

Quanto ao número de dívidas quitadas, houve elevação de 15,54% na relação fevereiro 2019/fevereiro 2018. Já na passagem de janeiro para fevereiro foi registrada queda de 22,6%. De acordo com o levantamento, o número médio de dívidas está caindo. No indicador de inadimplência do mês de fevereiro, tal índice foi de 1,979, sendo a menor média de dívidas da série histórica.

O Indicador de Recuperação de Crédito mostra a evolução da quantidade de devedores que deixaram o cadastro de inadimplentes devido ao pagamento das suas pendências em atraso, além da quantidade de dívidas. No levantamento, são usados os registros de saída do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).