Produto Interno Bruto do Estado teve desempenho 0,1 ponto percentual acima do brasileiro, diz FJP
Ludmila Pizarro

A economia mineira cresceu 1,2% no ano passado na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, conforme divulgou ontem a Fundação João Pinheiro (FJP). O crescimento foi praticamente o mesmo do ano anterior, que foi de 1,1%.

"Os dados indicam que a recuperação iniciada no primeiro trimestre de 2017 perdeu fôlego ao longo do ano passado, ameaçando retroceder ou estagnar", informa o documento divulgado pela instituição. No quarto trimestre de 2018, o PIB de Minas cresceu só 0,2% ante o trimestre imediatamente anterior.

Entre os setores, a agropecuária, que cresceu 5,7%, e o comércio, que expandiu 2,4% ante 2017, foram os destaques positivos no Estado. Por outro lado, a indústria mineira apresentou recuo de -0,3%.

Com alta nas atividades manufatureiras e na indústria de transformação, o resultado total foi puxado para baixo pelas atividades de utilidade pública (água e eletricidade), pela mineração e pela construção civil.

No ano passado, a indústria brasileira apresentou um PIB positivo de 2,3%. Em compensação, a agropecuária brasileira cresceu só 0,1%. Também no ano passado, o PIB nacional repetiu o crescimento de 2017, com uma taxa de expansão de 1,1%.

Varejo

Para o presidente da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL/BH), Marcelo de Souza, o pequeno crescimento da economia mineira em 2018 reflete o cenário político vivido no ano, agravado pela greve dos caminhoneiros, pela Copa do Mundo e pela expectativa das eleições.

"O resultado do PIB poderia ter sido melhor se tivéssemos tido uma gestão pública melhor. O atraso do pagamento dos servidores públicos e a saída de algumas empresas de Minas atrapalharam muito a economia do Estado", afirma.

Por outro lado, Souza pondera que a queda dos juros e a inflação controlada garantiram o resultado positivo. "Com isso, o comércio conseguiu um crescimento mais forte, de 2,4%", aponta ele.

Já empresários do varejo indicam as reformas da Previdência e tributária como fundamentais para a economia apresentar resultados melhores em 2019.

"Se o governo não aprovar as reformas, vamos continuar crescendo pouco neste ano. E essas mudanças precisam ser rápidas", avalia o empresário Rafael Rocha, da Total Calçados.

Para o empresário João Victor Renault, do posto de gasolina Arnaldo, uma simplificação dos tributos também é necessária. "Sem reforma tributária, o crescimento não virá. O empresário não aguenta mais pagar os impostos nem a complicação de cada tributo", criticou.

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