São menos 204 motociclistas acidentados e uma economia de R$8 milhões de reais aos cofres públicos
Em tom de crítica ao sistema de concessão de habilitação de carteiras A, para motociclistas, representantes da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas (CDLCDL), Polícia Militar (PM), Guarda Municipal e da empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTRANS), divulgaram dados sobre a operação "Ande Seguro", realizada entre os meses de agosto a outubro do ano passado.

O balanço aponta queda de 14,66% do número de acidentes envolvendo motocicletas na capital em relação ao mesmo período de 2017. A redução, que corresponde a menos 204 pilotos de motos acidentados, resultou em uma economia de R$8 milhões de reais aos cofres públicos, segundo a CDLCDL."Isso demonstra que os motociclistas estão cada vez mais atentos e conscientes quanto a importância do uso e conservação dos itens", afirma o diretor da Câmara Setorial Duas Rodas Moto, Milton Furtado.

Durante a ação, 3.200 motociclistas foram abordados por integrantes da CDLCDL em 17 paradas educativas espalhadas pela capital. Os condutores receberam panfletos com dicas de segurança de trânsito, kit lanche e ganharam a instalação de antena corta-cerol nos veículos.

Além de orientações sobre trânsito mais seguro, 658 motociclitas que participaram da ação responderam a questionários que possibilitaram identificar mais detalhes sobre o perfil desse segmento. Atualmente, 222.032 motocicletas transitam por Belo Horizonte. O número representa 10,8% do total de todos os automóveis em circulação na cidade, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MG). Embora em menor quantidade, 38% das motos que rodam pela capital chegam a percorrer até 250 quilômetros por dia.

Para o diretor de Sistema Viário da BHTRANS, José Carlos Ladeira, o cenário é positivo, mas mudanças no método de avaliação para habilitação de categoria A, de motocicletas, são necessárias. "Hoje, quem quer tirar carteira para moto, precisa treinar em 'parquinhos' e depois são soltos na Cristiano Machado. É preciso preparar melhor essas pessoas para que seja possível abaixar ainda mais os índices de acidentes", opinou. Ladeira pediu, ainda, por mais rigor nas fiscalizações em rodovias. "Hoje, no anel rodoviário, a fiscalização no anel não pega a placa traseira. É preciso empenho junto ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para mudar essa situação".

Moto-faixas estão descartadas

A hipótese de criação de faixas exclusivas para motocicletas como alternativa para aumentar a segurança de motociclistas e mobilidade urbana dentro do centros urbanos, levantada pelo diretor da Câmara Setorial Duas Rodas Moto, Milton Furtado, foi rechaçada pelo diretor de Sistema Viário da BHTRANS, José Carlos Ladeira.

"Não somos contra e a ideia não está desprezada, mas a prioridade são veículos que carreguem mais pessoas, como ônibus, para os quais estamos atuando na ampliação de faixas exclusivas".

O DNIT e Detran foram procurados pela reportagem, mas ainda não retornaram o contato.