Brasília - A balança comercial brasileira iniciou o ano com superávit de US$ 2,192 bilhões, queda de 22,4% sobre igual período do ano passado, em um dado pior do que o esperado e afetado pelo ritmo mais forte de importações, informou, na sexta-feira (1º), o Ministério da Economia. O resultado frustrou expectativa de um superávit de US$ 3,4 bilhões, segundo pesquisa Reuters, e foi o pior resultado para o mês desde 2016 (US$ 914,854 milhões).
"Janeiro é mês sazonalmente baixo. Costuma ser mês com menor volume de comércio no ano", afirmou o diretor do Departamento de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão.
Em janeiro, as importações avançaram 15,4% na comparação anual, pela média diária, a US$ 16,387 bilhões. Com isso, deram sequência a um comportamento visto nos últimos meses, com compras mais fortes de importados, impulsionadas pela melhoria da atividade econômica.
As exportações também cresceram em janeiro, mas em ritmo mais modesto. A alta foi de 9,1% sobre igual mês de 2017, também pela média diária, a US$ 18,579 bilhões. De acordo com analistas consultados pelo Banco Central na pesquisa Focus mais recente, as trocas comerciais devem ficar positivas em US$ 52 bilhões neste ano, abaixo do patamar de US$ 58,3 bilhões em 2018.
O Ministério da Economia ainda não divulgou sua expectativa para o dado.
Detalhes - Em janeiro, as importações de bens de capital avançaram significativamente, com aumento de 156,2% sobre igual mês do ano passado.
Em coletiva de imprensa, Brandão explicou que houve forte impacto de operação de plataforma no âmbito do Repetro, regime que mudou a forma de aquisição de equipamentos de pesquisa e exploração de petróleo e gás natural pelas empresas do setor, com efeitos na contabilidade da balança comercial.
A compra de bens intermediários também mostrou expansão sobre um ano antes, de 3,6%, enquanto as importações de combustíveis e lubrificantes caíram 12,5% e de bens de consumo diminuíram 3,5% em janeiro.
Na outra ponta, as exportações tiveram alta em todas as categorias na mesma base de comparação. (Reuters)
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