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O Globo Online (RJ) ( Segundo Caderno ) - RJ - Brasil - 04-02-2019 - 08:50 -   Notícia original Link para notícia
Análise de dados: o futuro das empresas em zettabytes


Cada vez mais, as decisões dos negócios serão guiadas pelos dados coletados, impondo a empresas e instituições o desafio de interpretar e extrair insights de um volume gigantesco de informações


Ocrescimento vertiginoso da geração de dados no mundo digital promete mais que quintuplicar amassa global de informações até 2025. Dos 33 zettabytes acumulados até 2018, o volume de dados vai saltar para 175 zetta em 6 anos, segundo estudo recente da Interna tionalD ata Corporation (IDC), empresa americana especializada em informação tecnológica. Se tudo isso pudesse ser gravado em discos blu-ray, a altura da pilh acorres ponde riaàdistânci ade 23 viagens da Terraà Lua-umzettaé iguala um trilhão de gigabytes.


O estudo da IDC, feito para a fabricante de HDs Seagate, aponta que à frente da expansão da esfera de dados global estão as empresas dos mais diversos segmentos econômicos. O ambiente corporativo produze armazenada doso tempo todo, muitas vezes, a partir de um clique de mouse do cliente. O que fazer com tanta informação? O desafio é analisá-la, a fim de alavancar os negócios. Mas no Brasil faltam especialistas que ofereçam esse serviço ao mercado.


Ainda assim, o analytics, como é chamada a análise de dados, não para de crescer no país. O último relatório anual da Associação de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), divulgado em 2018, revela que o setor de TIC representa 7,1% no PIB. Em 2017, as empresas especializadas e os centros de dados de instituições (TIC in house) faturaram R$ 467,8 bilhões.


Emtemposdeeconomiadigital, outro fator é propício aos serviços de analytics: a tendência mundial de terceirização da atividade, uma vez que construir ou modernizar um data center consome recursos vultosos e energia gerencial que podem ser concentrados no negócio principal da organização. Por isso, empresários e executivos vêm fazendo a opção de contratar empresas especializadas na análise de dados.


DEMANDA EM ALTA


Uma delas é a ABG Consultoria Estatística, com sede em Belo Horizonte, criada em 2008, que tem 16 especialistas em dados e um portfólio com maisde100projetosempresariais. A consultoria também atende a pesquisadores acadêmicos.


"A quantidade de profissionais formados com capacitação para realizar uma boa análise está muito aquém do crescimento do volume de dados no Brasil. A demanda é muita, mas não há recursos humanos suficientes para supri-la", informa Bruno Sette Câmara, diretor e um dos fundadores da ABG.


Ele acrescenta que, com a revolução tecnológica, todo o mundo passou a ter sistema de informação, sem, contudo, extrair valor dos dados. A demanda de análise por parte de empresas, para resolver problemas pontuais, aumentou muito nos últimos quatro anos, segundo Câmara. O trabalho de analytics proporciona aos clientes dimensionar instalações para o crescimento das operações e incrementar vendas graças à otimização da logística, por exemplo.


Para iniciar o negócio, Bruno e outros três sócios investiram apenas em computadores. A empresa foi crescendo e recebendo investimentos aos poucos.


O valor do trabalho varia de acordo com a demanda: para clientes empresariais, trabalhos pontuais podem custar entre R$ 20 mil e R$ 100 mil, dependendo da quantidade e complexidade dos dados e do tempo aplicado na solução. Para a análise de dados em apoio a dissertações de mestrado e teses de doutorado varia entre R$ 2 mil e R$ 4 mil.


O mercado estima que, sem considerar mão de obra, o investimento necessário para abrir um negócio neste segmento fique em torno de R$ 90 mil.


DE STARTUP A GIGANTES


No mundo corporativo, o analytics é cada vez mais demandado por clientes de médio e pequeno portes, atesta o diretor de Operações da Neoway, Carlos Eduardo Monguilhott. Uma das maiores do setor, criada em 2002, em Florianópolis, a empresa tem escritórios em São Paulo, Nova York e Lisboa (onde fechou o primeiro contrato na semana passada) e mais de 600 clientes, incluindo gigantes dos segmentos automotivo, bancário e petrolífero.


Especializada na criação de soluções de inteligência de mercado, a Neoway fechou sua segunda rodada de investimentos, em meados de 2017, com aporte de 45 milhões de dólares. Nos últimos 5 anos, vem crescendo 50% por ano, em média, mas não informa o faturamento.



Um dos principais produtos da Neoway é uma plataforma de dados que, contratada por assinatura, cruza informações de cada cliente e do mercado, como forma de fomentar novos negócios. "É uma solução para fazer o cliente vender mais, ganhar mais dinheiro, entender seu mercado e saber para onde o negócio está se direcionando", explica Monguilhott.


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